Estudantes de diversos cursos da Universidade de São Paulo
(USP) participam, entre esta segunda e a sexta-feira, da Semana da Barba,
Bigode e Baseado, que acontece na cidade universitária, na zona oeste da
capital paulista, como noticiado anteriormente pelo Blog Maconha da Lata. O
objetivo do evento, organizado pela Frente Uspiana de Mobilização
Antiproibicionista (Fuma), é debater o impacto da criminalização das drogas
ilícitas sobre a violência urbana, a liberdade do indivíduo sobre o próprio
corpo, além da marginalização das minorias, como travestis e transexuais.
Mas, apesar de um dos temas centrais da semana ser a
descriminalização da maconha - haverá, inclusive, uma "noite do fumo
lícito" nesta terça-feira, com cigarros de orégano -, os estudantes negam
apologia à droga e, na entrada da sala que concentra a maior parte das
atividades, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), pedem
aos participantes que não levem substâncias ilícitas.
"Estamos propondo um debate sobre o uso das drogas,
sobre a marginalização dos drogados, sobre a liberdade sobre o corpo. Mas
sabemos que (maconha) é ilegal. Então é um convite ao debate. É uma apologia ao
debate, não ao uso das drogas", disse uma estudante do curso de Letras.
A repercussão da semana, que atraiu atenção da mídia após
ser divulgada por meio das redes sociais (como Facebook), causou
"surpresa" aos participantes, que ressaltam que a USP é palco de
debates como esse rotineiramente.
"O assunto é polêmico por si só, mas a ideia é promover
um debate sem preconceitos, e a universidade é um espaço para isso", disse
uma estudante do 4º ano do curso de Ciências Sociais, que preferiu não revelar
seu nome. "É o tema do momento. Não estamos só discutindo a questão das
drogas, mas a liberdade de fazer o que bem quiser com o corpo, como o STF
(Supremo Tribunal Federal) fez, na semana passada, ao autorizar o aborto (em
casos de bebês com anencefalia)", completou outra aluna de Ciências
Sociais.
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