A Prefeitura de Bogotá abriu nesta segunda-feira as primeiras
unidades móveis de cuidados para dependentes químicos que incluem o
fornecimento de drogas legais substitutas, uma iniciativa nova na América
Latina.
Cada um dos Centros de Atenção Móvel a Dependentes de Drogas
(Camad) conta com uma equipe formada por um psiquiatra, um psicólogo, um
médico, um dentista e vários enfermeiros, explicou um porta-voz da prefeitura.
A equipe está autorizada a fornecer drogas por prescrição
médica e permitidas por lei que diminuam a ansiedade de dependentes de cocaína,
heroína ou 'bazuko' (pasta base de cocaína, similar ao crack).
O primeiro Camad começou a funcionar em uma área do centro
conhecida como 'Bronx', que sofre com altos níveis de pobreza, marginalidade e
dependência de drogas.
"Este Camad é a tentativa de dar dignidade ao ser
humano. Dar dignidade a crianças, mulheres, homens, jovens. Construir a
paz", afirmou o prefeito Gustavo Petro, ex-senador da esquerda e
ex-integrante da guerrilha M-19, desmobilizada em 1990.
Segundo a emissora de rádio RCN, a primeira paciente do
Camad foi uma jovem grávida com sintomas de dependência química.
Este projeto se baseia nas experiências de Canadá, Portugal,
Holanda e Suíça e destinou 1,3 bilhão de dólares a estas duas primeiras
unidades.
Colocaram-se contra a proposta da prefeitura políticos de
setores diversos e o procurador-geral, Alejandro Ordóñez, para quem a medida
promove o consumo de drogas.
Uma lei sancionada em julho na Colômbia estabeleceu que a
dependência química deve ser considerada um problema de saúde pública, e os
consumidores tratados como pacientes e não como delinquentes.
A Colômbia, um dos principais países produtores de cocaína
juntamente com o Peru, descriminalizou em 1994 a posse de uma quantidade
pessoal de droga, estabelecida em um grama de cocaína ou 20 gramas de maconha.
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