É importante recordar que, se hoje o capitalismo cognitivo
busca transformar a máquina em homem, em suas origens industriais, visava
transformar o homem em máquina. Com a chegada da revolução industrial, a
produção de cânhamo, tão difundida e incentivada entre os séculos XV e XVIII,
na confecção de velas, cordas das caravelas das grandes navegações e de papel
para as primeiras Bíblias impressas por Gutemberg, vai perdendo sua força. Até
o século XVIII, a importância do cânhamo no mundo era enorme. Tanto que muitos
países incentivavam a plantação de maconha, um anagrama de cânhamo, através de
Decretos, Leis e empresas estatais.
Contudo, a energia a vapor e a indústria têxtil do algodão
não combinavam com a já avançada produção de cânhamo. A vela vai praticamente
acabar com a chegada dos navios a vapor. Era a realização do sonho de mover
grandes embarcações sem a necessidade de vento. Paralelamente, desde o final do
século XVII, segundo Foucault, cem anos antes da instauração da sociedade
disciplinar, surgiram pequenos grupos de controle na Inglaterra, como quakers e
metodistas, até ser criada, em 1802, a Sociedade para Supressão do Vício.
No século XIX, foi a chegada desse capitalismo industrial,
basicamente têxtil, tendo o algodão como matéria prima e absorvendo até
crianças de 9 anos como mão de obra em jornadas de 15 horas por dia de
trabalho, que quase acabou com o cânhamo.
A sociedade disciplinar do século XIX, erguida na combinação
do panóptico de Bentham com a prisão celular de Beccaria, era incompatível com
a maconha, uma planta que tranquiliza seus usuários e favorece a reflexão.
Presídios, indústrias, manicômios, colégios, hospitais, todos esses aparelhos
de vigilância, que acumularam praticas punitivas e de mais valia das relações
sociais, não poderiam conviver com a maconha. Produzir durante horas a fio o
tecido de algodão, com margens extraordinárias de lucro, na correria da
exploração da produção e do consumo de massa, não tem haver com a maconha.
Em “Para a Crítica da Economia Política”, Karl Marx
demonstrou a impossibilidade de separar fases que se complementam na mesma
unidade: “O consumo é também imediatamente produção, do mesmo modo que, na
natureza, o consumo dos elementos e das substâncias químicas é produção da
PLANTA.”
Os bens e as subjetividades produzidas pelo capitalismo
industrial do século XIX eram incompatíveis com a maconha e ainda o são neste
capitalismo de acumulação da propriedade imaterial: nada de criatividade no
capitalismo do conhecimento, apenas apropriação e manipulação de informação.
A legalização da maconha no mundo será uma das principais
vitórias da vida na terra. O capitalismo cognitivo é inimigo da reflexão e
busca manipular o conhecimento. A união dos maconheiros será fundamental para
frear a ganância e construir o novo ritmo do consumo e da produção da Planta da
Paz.
ANDRÉ BARROS, advogado da Marcha da Maconha
04/01/2012
Fonte: http://maconhadalata.blogspot.com
concordo sim que a uniao faz a força, porem essa força tem que ser consciente e concreta,nós usuarios temos que lutar pelos direitos mas sem esquecer dos deveres,temos que representar a cannabis,respeitando-a primeiramente.pq tem muita gente que ta usando pq é moda,e outra,usando direto sem freio,galera fica ai a dica,antes de mergulhar procure saber se vc vai aguentar a pressao ate o fundo pq isso n é modinha nao é brinquedo q vc usa e quado enjoa joga fora,na ,nao é assim isso é serio é modo de vida...entaw respeitem(para quem n respeita) e parabens pra quem ama respeita e defende na cara dura...pq mt gente fuma mas nem todo mundo assume que fuma...pois é esse é meu desabafo.vlw
ResponderExcluirEspero à 40 anos pela legalização, tenho 55 comecei a fumar com 15 anos em Ipanema no posto 6, em frente a Rua Aníbal de Mendonça. Era uma época tranquila e pouca gente conhecia a querida planta. Tenho repúdio ao tráfico e gostaria de poder planter meu pé em casa, e nunca mais ter que comprar, seria como uma vitória numa querra que ja dura 40 anos. Tenho ótima saúde e amo fumar meu beck todos os dias, sou feliz mais a felicidade maior será quando tivermos a notícia: A MACONHA ESTA LEGALIZADA NO BRASIL. Seria a vitória de milhares de pessoas que com respeito e conciência estariam livres para sempre. Vamos nos unir sim e buscar meios legais para que isto seja também uma realidade nacional. Que as energias positivas estejam a nosso favor.
ResponderExcluirConcordo plenamente com a Mari Barreto, temo que ter antes de tudo reponsabilidade e conciencia de que a nossa sagrada planta esta presente em nossas vidas para nos ajudar, e ela, nos ajudará muito se soubermos respeita-la... Pois detesto quando vejo usuarios banalizando a maconha, devemos sim, pensar muito antes de entrar de cabeça, pois em primeiro lugar como disse bem a Mari temos que saber se estamos preparados para assumir um modo de vida diferente de tudo que conheciamos ate então. Pois é isso que a maconha nos proporciona, enxergar o mundo e seus viventes com um ótica diferente.
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