No Brasil existe uma brecha na lei em que permite que alguém interessado em por exemplo no plantio de cânhamo , possa pedir uma autorização para exercer uma atividade legal, ainda sim que esta licença seja pouco provável que de fato seja liberada ao interessado. No entanto, antes mesmo da Maconha ser criminalizada, o Brasil já teve uma fazenda de produção de Cânhamo que exportava seus produtos pro mundo inteiro.
Trata-se da Real Feitoria de Linho Cânhamo, no Rio Grande do Sul em 1783. Esta fazenda funcionou durante 31 anos produzindo linho cânhamo para venda no mercado externo e produzindo também seus gêneros de necessidades básicas. Os esforços seriam voltados somente para o plantio do cânhamo, pois não era objetivo a montagem de instalações para o processamento dos tecidos.
Para tal função foram importados do Rio de Janeiro, da Fazenda Santa Cruz, 21 casais de escravos, todos jovens e com potencial para a produção e reprodução da escravaria. Os casamentos eram incentivados, desta forma se garantia o aumento da mão-de-obra futuramente. A constituição de família e de laços de amizade propiciaram que os escravos, em uma certa medida, começassem a negociar com os administradores da fazenda conseguindo algumas concessões. Conseguiu-se, por exemplo, a dedicação de dois dias na semana para o cultivo de suas próprias roças, a realização de festas, o incentivo ao casamento entre os escravos, entre outras.
Com o crescimento da família a produção de gêneros alimentícios também teve que crescer, assim o tempo dedicado a roça familiar aumentou e o tempo dedicado à produção do cânhamo começou a diminuir. Outro fator importante que contribuiu com a diminuição na produção, foi a inexperiência dos feitores contratados para o trato com os escravos e a experiência na produção agrícola dos escravos. Assim os escravos “ditavam as regras produtivas”, pois detinham o conhecimento necessário dos andamentos produtivos e podiam utilizar parte do seu tempo na comercialização de seus produtos em feiras livres.
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