No Uruguai também tem Florida, uma bela cidade a 100 km de Montevidéu. Durante a GMM do dia 5 de maio tinha todo tipo de convite para outra Marcha a ser realizada em Florida no dia 12 de maio, uma semana depois da GMM.
O encontro foi convocado para o Campo das Amoras uma área distante do centro da cidade. O detalhe político a destacar é que a prefeitura da cidade é governada pelo Partido Blanco, a direita uruguaia. Florida é famosa por um belíssimo parque localizado bem perto do centro da cidade. Cabe destacar a garra da militância de Florida que não para de agitar durante o ano inteiro que conseguiu superar o empecilho da distancia e levou a cabo um evento por demais interessante.
Os participantes eram de todas as faixas etárias, casais com filinhos, avos com netos compartiam baseados ao som do reggae, dicas de cultivo e todo tipo de informações cannabicas.
Num palanque se apresentaram os deputados autores do projeto de lei que descriminaliza o autocultivo e alem de discursar, debateram com o publico e responderam perguntas da galera.
O partido governante no Uruguai é uma coalizão de forças político denominado “Frente Amplio”. No fim de maio teve eleições partidárias para eleger o próximo presidente do Frente Amplio. Os quatro candidatos estiveram presentes no encontro e os quatro declararam que se eleitos votaram a favor do projeto de descriminalização.
Ouvindo os políticos argumentar porque apóiam a lei a gente percebe que a questão Cannabis, Maconha o como se chame está se transformando em tema “politicamente correto”.
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sexta-feira, 15 de junho de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
Entrevista: A ativista Alicia Castilla conversou com o Maconha da Lata
Dando sequência ao ciclo de entrevistas do Maconha da Lata, hoje batemos um papo com a nova colunista do ML, escritora e ativista pró- Cannabis, Alicia Castilla. A argentina passou 95 dias detida
por produzir matéria-prima para fabricar substância ilícita, causando uma
verdadeira comoção entre os uruguaios. Boa leitura!
Em sua opinião, porque
atualmente a Cannabis continua sendo uma planta proibida e demonizada?
Acho que está ficando menos proibida e menos demonizada. O
fato do STF ter permitido a Marcha, a quantidade de convocatórias que há este
ano, são sinais de que estamos caminhando em direção a descriminalização. A
atitude do FHC ajudou muito.
Para você, quais os principais
motivos para a legalização da maconha?
Acho que deveria descriminalizar e normatizar, mas não
legalizar porque a legalização poderia provocar uma escalada consumista e o
baseado poderia ser vendido a preços inacessíveis.
O que passou pela tua cabeça no
momento em que te prenderam unicamente por cultivar uma planta para teu próprio
consumo?
Muita coisa; na realidade nem sequer seriam para consumo. Eu
vinha publicando anualmente o Almanaque Biodinamico sem publicidade. Durante o
ano de 2010 alguns bancos de sementes se interessaram na possibilidade de
anunciar no almanaque. Sabendo que a luz e o clima do Uruguai são bem
diferentes dos da Holanda onde as sementes tinham sido produzidas decidi
testá-las. Por motivos de ordem domestica só consegui pôr-las a germinar no fim
de dezembro. Quando a policia veio me visitar no fim de janeiro as plantas
tinham menos de 40 dias. Nem sequer tinham sexado; pensei que mostrando a juíza
meus livros, o almanaque, minha trajetória poderiam me processar, mas eu
aguardaria o processo em liberdade.
Quando soube que seria transferida a um dos piores cárceres
do planeta e durante a viagem até o presídio tive algo assim como um “flash”.
Achei que estava pirando já que tive algo assim como “visões” de gente na rua. Duas
semanas depois, ainda na prisão de Canelones vi pela TV as manifestações frente
a STF do Uruguai, as pessoas fumando e pedindo minha liberação e as
manifestações na Argentina e compreendi que era isso o que tinha visto.
Qual a principal motivação, quando
escreve livros como a Cultura Cannabis? Aproveitando a deixa, existe algum
outro projeto deste tipo no momento?
A motivação foi escrever um livro que preenchesse o vazio. A
ideia me ocorreu a meados de 1997 devido ao fato de eu levar, na época quase trinta
anos fumando e não encontrar informação idônea respeito da Cannabis. Sempre que
procurava encontrava as velhas falácias: ”a porta de entrada...”, “a destruição
dos neurônios”.
No pessoal nunca senti que a maconha me levasse a procurar
outras substancias e enquanto aos neurônios...rsrsrsrsrsr
Também me preocupava o fato de constatar o terrível dano que
causa a falta de informação. Um exemplo: trata-se de um caso que aconteceu em
Salvador embora existam muitos outros semelhantes: uma família de classe media,
pai e mãe profissionais liberais descobrem na época das provas de fim do ano um
baseado escondido no tênis da filha adolescente. Conseqüência: trancaram a
filha durante todas as férias em casa sem poder falar com os amigos, nem ter
nenhum tipo de vida social. Isto aconteceu em 1996 quando os adolescentes não
tinham acesso a internet e não existiam as redes sociais. Fiquei consternada
com o caso já que não cabiam dúvidas de que o efeito do castigo era muitíssimo
mais devastador para a moça do que qualquer droga. Tudo isto foi me levando à ideia
de que a sociedade precisava de informação livre de preconceitos, de apologias
e de subjetividades. Assim nasceu Cultura Cannabis.
Na atualidade, o projeto é de converter meus trabalhos,
livros e almanaque em e-books e vende-los via web
Às vezes, quando falamos em
Maconha Medicinal, muitas pessoas pensam apenas no ato de fumar. Existe alguma
melhor forma de mostrar os valores medicinais da Cannabis- principalmente aos
leigos- sem ser necessariamente a forma fumada, que atualmente é tão demonizada
em vários países?
A melhor forma de mostrar as propriedades medicinais ou de
aproveitá-las e sem duvida o vaporizador. Existem outras, mas não em nosso
querido Terceiro Mundo e sim no Primeiro, como sprays elaborados por
laboratórios farmacêuticos e que são utilizados para borrifar nas mucosas.
Especificamente o Brasil tem a
característica de ser um país muito religioso. Até que ponto esta religiosidade
exacerbada influencia em debates – não só no Brasil, mas no mundo – que são
extremamente necessários como a legalização da maconha, aborto, entre outros?
A religiosidade não é patrimônio da sociedade brasileira. Em
maior ou menor medida todas as sociedades tem um percentual de pessoas que
acreditam, outras que duvidam e outras que não acreditam na existência de Deus.
Acho que a batalha aqui é a de chegar ao consenso de que as crenças de uma
parte da sociedade não podem determinar ou influenciar os atos e as decisões
das outras partes. Por exemplo, no caso do aborto, talvez o mais polêmico de
todos: sabemos que são realizados milhares de abortos clandestinos; quem pode
pagar aborta com maior índice de segurança e quem não, arrisca a vida e que
muitas mulheres morrem nessas circunstancias. Ninguém deixa de abortar porque a
lei o proíbe. Caso o aborto seja legal, como já acontece em alguns países, quem
acredita que é pecado não abortará e que decida fazê-lo deve ter condições de
segurança para não pôr a vida em risco.
Pela a sua experiência de
ativista, você crê que atualmente as pessoas estão mais receptivas à informação
quando o tema é a Maconha?
Pela vivência de observar a realidade percebo que muita
coisa está mudando; as crises têm esse lado positivo: trazem muitas re-considerações.
Vários países no mundo já
adotaram uma política de redução de danos e menos repressão quanto à Cannabis.
Para a senhora, existe uma melhor forma a ser seguida para a descriminalização
ou até a legalização da maconha?
Na verdade não creio que exista “redução de danos” no caso
da maconha porque ela não faz dano. Tem alguns casos específicos, como por
exemplo, na esquizofrenia, na bipolaridade, entre outros, onde o consumo de
maconha é totalmente desaconselhado, mas não se trata de redução de danos e sim
profilaxia.
Recentemente você estreou uma
coluna no Blog Maconha da Lata sobre culinária. Conte um pouco mais sobre esta
paixão envolvendo gastronomia e maconha.
Eu não chamaria de “paixão” já que prefiro fumar a Cannabis
do que ingeri - lá.
Há muitos casos nos que fumar é impossível, por exemplo,
motivos de saúde. Recentemente um rapaz conhecido sofreu um acidente horrível e
quebrou duas vértebras lombares o que o deixou sem mobilidade da cintura para
abaixo. Internado em um hospital onde foi submetido a diversas cirurgias
sofrendo dores intensas foi tratado por varias semanas com morfina o que lhe
acarretou todos os efeitos colaterais dos opiáceos. Como cultivador e
consumidor de Cannabis pediu aos médicos que o deixassem fumar, contudo, não
teve sucesso. Entre os amigos preparamos algumas das receitas que estamos
publicando na Maconha da Lata.
Resultado: as dores aliviaram, o humor melhorou e driblamos
a proibição!!
FONTE: http://maconhadalata.blogspot.com
FONTE: http://maconhadalata.blogspot.com
terça-feira, 10 de abril de 2012
Maconha e culinária ( Por Alicia Castilla)
Muitos não conhecem essa senhora argentina simpática,
chamada Alicia Castilla, outros ficaram a conhecendo após a prisão da escritora
e ativista na costa leste do Uruguai, quando foram encontrados em sua casa 29
plantas de Cannabis para o seu consumo. Castilla passou 95 dias detida por
produzir matéria-prima para fabricar substância ilícita, causando uma
verdadeira comoção entre os uruguaios.
Ela já publicou livros sobre a maconha na Argentina, no
Uruguai e no Brasil, onde viveu por quase 30 anos e agora, como militante, vai
nos ajudar semanalmente com suas colunas no Maconha da Lata. Nesta terça, em
sua estreia, a “senhora Cannabis” como é conhecida, estreia o espaço "Maconha e Culinária" falando sobre a ingestão do
THC para usuários de Maconha.
Por Alícia Castilla
A Cannabis é fumada, vaporizada, ingerida e bebida, como substância recreativa e também como medicamento. Nunca é demais lembrar a velha máxima hipocrática: “toda substancia é veneno; a diferença está na dose”.
Quando fumamos o THC passa ao sangue através dos pulmões ele
chega ao cérebro em questão de segundos.
Porém, em muitas das vezes, seus pacientes medicinais
encontram um grave empecilho na hora de indica-la como medicamento: fumar
irrita as mucosas e não faz bem a saúde. Por tanto, um caminho bastante
interessante seria ingeri-la.
Na ingesta o caminho do THC para chegar ao cérebro é bem
mais lento: a Cannabis deve passar pelo processo da digestão e só quando chega
ao fígado entra em contato com o sangue para iniciar o caminho até ao nosso cérebro,
o que pode demorar às vezes, até algumas horas.
Aqui encontramos outro “porém”: o nosso corpo não consegue
absorver o THC pela via digestiva a menos que se encontre dentro de uma molécula
de gordura. É por isto que as receitas da culinária canábica sempre começam com
a manteiga canábica ou com o azeite.
Como o assunto é saúde, sabemos que a manteiga tem contraindicações
e enquanto ao azeite só serve para preparar alimentos salgados.
Foi dentro destas disjuntivas que procuramos uma gordura saudável
que fosse um bom veiculo para a chegada da Cannabis ao cérebro pela via
digestiva e assim encontramos o leite de coco que ainda por cima resulta em um
excelente alimento e serve tanto para pratos salgados quanto para sobremesas.
Esta gordura vegetal pode ser comprada em garrafas e uma vez
transformada em "leite mariano", proporciona uma enorme variedade de
doces ou salgados, dando asas para criações culinárias, cujas receitas
estaremos publicando na esperança de contribuir para o deleite de todos aqueles
que gostam desta planta.
Leite Mariano
Ingredientes
½ litro de leite de coco
30 gramas de maconha ou seu equivalente em haxixe (*)
Aqueça o leite de coco em banho-maria, mexendo continuamente
para evitar a ebulição. Adicione a Cannabis. Mantenha o banho-maria mexendo
constantemente durante 10 minutos.
(*) A dose é muito importante já que pela via digestiva
absorve-se quase quatro vezes mais que quando fumada. Também depende da
qualidade da maconha o do haxixe empregado.
Esta preparação pode ser armazenada por semanas na
geladeira. Quando usada para a preparação de pratos doces pode adicionar cravo
e canela
Para dosagem, utilizando os mesmos critérios para a
manteiga. Aqui está a primeira amostra:
Néctar Amrita
Ingredientes:
6 ovos
½ litro de leite Mariano
400g de açúcar
1 ½ xícara de água
Com água e açúcar preparamos de um xarope espesso.
Separadamente, batemos os ovos e o leite Mariano
Levamos o xarope ao fogo, mexendo até que comece a ferver
novamente.
Acrescentamos os ovos e o leite Mariano mexendo lentamente
em fogo muito baixo até engrossar.
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