Um estudo publicado na edição desta semana da revista PLoS
ONE mostra que substâncias químicas derivadas da maconha podem inibir um
subtipo de HIV detectado nos estágios avançados da aids. De acordo com
pesquisadores da Faculdade de Medicina de Monte Sinai, nos Estados Unidos,
entender exatamente como isso ocorre vai servir de auxílio para o
desenvolvimento de novas substâncias que ajudam no retardamento da progressão
da síndrome.
"Nós já sabíamos que os canabioides derivados da
maconha têm efeitos terapêuticos em pacientes, mas não sabíamos que eles também
influenciavam na disseminação do vírus", explicou, em comunicado, a
principal autora da pesquisa, Cristina Constantino. Em alguns países, como a
Holanda, EUA, Israel, entre outros, a droga pode ser usada para fins
terapêuticos.
Agora, os cientistas constataram que receptores de
canabioides encontrados nas células do sistema imunológico podem também afetar
a propagação do HIV. Essas substâncias, chamadas CB1 e CB2, evitam que, no
estágio avançado, o vírus já mutante alcance os linfócitos que ainda não haviam
sido atingidos.
Para entrar nas células, o HIV precisa que uma determinada
molécula forneça um alerta, indicando onde ele deve entrar. O CB1 e o CB2
bloqueiam o processo de sinalização, poupando os linfócitos ainda saudáveis de
serem infectados.
Também na PLoS, uma equipe de pesquisadores da Universidade
de Harvard alertou, em outro artigo, que, no combate à Aids, um importante
elemento precisa ser considerado: a insegurança alimentar. Usando dados
brasileiros, da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher
(PNDS) de 2006, os cientistas alegam que, estatisticamente, há uma relação
entre fome e falta do uso de Preservativos, o que aumenta potencialmente o
risco de transmissão.
Segundo os autores, as políticas públicas precisam levar em
conta não apenas a educação sexual, como as campanhas sobre as Doenças
Sexualmente Transmissíveis, mas também indicadores socioeconômicos.
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