sábado, 25 de agosto de 2012

O poder de uma planta


A maconha na maior parte de sua história foi conhecida como remédio e não como droga. Há relatos de que os chineses já utilizavam de suas propriedades medicinais no ano de 7000 a.C. Usar maconha de forma terapêutica é provavelmente o procedimento médico mais antigo e mais bem documentado da história da humanidade. Por algum motivo que não tem nada a ver com a medicina, a maconha foi proibida no século XX e satanizada injustamente.

No século XVIII, os europeus foram à Índia e lá descobriram com os indianos que a maconha diminuía espasmos (contrações involuntárias) e convulsões de pacientes com cólera, tétano e epilepsia. Logo depois, a maconha explodiu no mercado farmacêutico no final do século XIX até ser proibida no mundo inteiro.

Um dos principais usos médicos da maconha é para dores em geral. Sabe-se  que ela tem um ótimo efeito para dores nevrálgicas, que são dores associadas a lesão de nervos periféricos. Muitos analgésicos não funcionam contra essas dores e muitas pessoas acabam tendo que usar morfina (muito mais tóxica e viciante do que a maconha) ou em casos mais extremos chegam até a cometer suicídio.  Além disso, a maconha também alivia alguns casos de enxaqueca, controla os tremores e as dores do Mal de Parkinson e reduz os espasmos da esclerose múltipla, diminuindo também as dores que esses espasmos provocam.

Há também os pacientes com câncer que se beneficiam bastante com o uso da maconha. Primeiro, porque ela alivia a náusea e o vômito induzido pela quimioterapia do câncer. Segundo, porque ela aumenta o apetite em pacientes em fase final do câncer (o que também a faz benéfica para portadores de HIV), fazendo com que eles ganhem peso e assim melhorem  a sua qualidade de vida. Terceiro, porque o “barato” da maconha ao mudar a percepção das cores e dos sons, provocando bem estar e humor pode aliviar a depressão e a tristeza, característico desses pacientes.  E por último, a maconha também em alguns casos pode reduzir o crescimento do próprio câncer.

Outro uso terapêutico que ainda está sendo pesquisado é para tratar pessoas que têm tendência a psicose. Mas isso só será possível com uma linhagem que possui menos THC e mais canabidiol. Isso porque o THC pode aumentar a tendência a ter um surto psicótico em quem tem tendência a psicose e também aumenta a ansiedade, enquanto o canabidiol que é um ansiolítico e um anti-psicótico  pode tratar a ansiedade, que é um problema comum entre os psicóticos, e inibir a psicose, podendo impedir o quadro paranoide.

Merece destaque também uma pesquisa observacional feita pelos psiquiatras Dr. Dartiu Xavier e Dr. Eliseu Labigalini com dependentes de crack. Eles incentivaram  esses dependentes a fumarem maconha quando sentissem vontade de fumar crack. O resultado foi que 68% deles conseguiram largar o vício do crack e logo depois pararam espontaneamente com a maconha. Isso mostra o potencial poder dessa planta para combater o vício em drogas pesadas. A explicação é porque a maconha combate dois graves problemas da síndrome de abstinência de drogas como a cocaína e o crack, que são a ansiedade e a falta de apetite.

Por último, a maconha também pode ajudar no tratamento de glaucoma, que é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Já é provado que um dos efeitos da maconha é abaixar a pressão intraocular. 

Enfim, diante desses inúmeros benefícios proporcionados por essa planta, não há como recusar o seu uso. Apenas a sua legalização possibilitaria cultivar linhagens bem controladas, com padrões de produção, pois as propriedades variam muito de uma planta para outra. É preciso que a legalização ocorra logo, pois há pessoas que estão sofrendo e que necessitam do poder medicinal dessa erva. Opiniões retrógradas e anacrônicas não podem impedir o avanço científico.

( TEXTO ESCRITO POR L.C.M, NO I CONCURSO DE REDAÇÃO CANÁBICA DO MACONHA DA LATA)

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