A maconha na maior parte de sua história foi conhecida
como remédio e não como droga. Há relatos de que os chineses já utilizavam de
suas propriedades medicinais no ano de 7000 a.C. Usar maconha de forma
terapêutica é provavelmente o procedimento médico mais antigo e mais bem
documentado da história da humanidade. Por algum motivo que não tem nada a ver
com a medicina, a maconha foi proibida no século XX e satanizada injustamente.
No
século XVIII, os europeus foram à Índia e lá descobriram com os indianos que a
maconha diminuía espasmos (contrações involuntárias) e convulsões de pacientes
com cólera, tétano e epilepsia. Logo depois, a maconha explodiu no mercado
farmacêutico no final do século XIX até ser proibida no mundo inteiro.
Um
dos principais usos médicos da maconha é para dores em geral. Sabe-se que ela tem um ótimo efeito para dores
nevrálgicas, que são dores associadas a lesão de nervos periféricos. Muitos
analgésicos não funcionam contra essas dores e muitas pessoas acabam tendo que
usar morfina (muito mais tóxica e viciante do que a maconha) ou em casos mais
extremos chegam até a cometer suicídio.
Além disso, a maconha também alivia alguns casos de enxaqueca, controla
os tremores e as dores do Mal de Parkinson e reduz os espasmos da esclerose
múltipla, diminuindo também as dores que esses espasmos provocam.
Há
também os pacientes com câncer que se beneficiam bastante com o uso da maconha.
Primeiro, porque ela alivia a náusea e o vômito induzido pela quimioterapia do
câncer. Segundo, porque ela aumenta o apetite em pacientes em fase final do
câncer (o que também a faz benéfica para portadores de HIV), fazendo com que
eles ganhem peso e assim melhorem a sua
qualidade de vida. Terceiro, porque o “barato” da maconha ao mudar a percepção
das cores e dos sons, provocando bem estar e humor pode aliviar a depressão e a
tristeza, característico desses pacientes.
E por último, a maconha também em alguns casos pode reduzir o
crescimento do próprio câncer.
Outro
uso terapêutico que ainda está sendo pesquisado é para tratar pessoas que têm
tendência a psicose. Mas isso só será possível com uma linhagem que possui
menos THC e mais canabidiol. Isso porque o THC pode aumentar a tendência a ter
um surto psicótico em quem tem tendência a psicose e também aumenta a
ansiedade, enquanto o canabidiol que é um ansiolítico e um anti-psicótico pode tratar a ansiedade, que é um problema
comum entre os psicóticos, e inibir a psicose, podendo impedir o quadro
paranoide.
Merece
destaque também uma pesquisa observacional feita pelos psiquiatras Dr. Dartiu
Xavier e Dr. Eliseu Labigalini com dependentes de crack. Eles incentivaram esses dependentes a fumarem maconha quando
sentissem vontade de fumar crack. O resultado foi que 68% deles conseguiram
largar o vício do crack e logo depois pararam espontaneamente com a maconha.
Isso mostra o potencial poder dessa planta para combater o vício em drogas
pesadas. A explicação é porque a maconha combate dois graves problemas da
síndrome de abstinência de drogas como a cocaína e o crack, que são a ansiedade
e a falta de apetite.
Por
último, a maconha também pode ajudar no tratamento de glaucoma, que é uma
doença caracterizada pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode
levar à cegueira. Já é provado que um dos efeitos da maconha é abaixar a
pressão intraocular.
Enfim,
diante desses inúmeros benefícios proporcionados por essa planta, não há como
recusar o seu uso. Apenas a sua legalização possibilitaria cultivar linhagens
bem controladas, com padrões de produção, pois as propriedades variam muito de
uma planta para outra. É preciso que a legalização ocorra logo, pois há pessoas
que estão sofrendo e que necessitam do poder medicinal dessa erva. Opiniões
retrógradas e anacrônicas não podem impedir o avanço científico.
( TEXTO ESCRITO POR L.C.M, NO I CONCURSO DE REDAÇÃO CANÁBICA DO MACONHA DA LATA)
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