Um dos argumentos principais dos proibicionistas é que
maconha"faz mal à saúde" e claro, poderiam estar certo ou levados em
consideração, se realmente for provado pelos pesquisadores que a maconha faz muito mal à saúde a ponto
de ter a sua proibição justificada. Nesse sentido, todos os paralelos possíveis
com substâncias vendidas normalmente no mercado são cabíveis, porque é a partir
da proibição ou legalização de outros produtos que se cria a linha imaginária
do que é prejudicial e aceitável, e do que é prejudicial e inaceitável dentro de
uma sociedade, como é o caso claro do tabaco e da cerveja.
O cigarro é possivelmente o maior produto prejudicial e
aceitável que existe no Brasil (levando-se em consideração a disseminação do
seu uso). Nem por isso, o tabaco foi proibido e seus usuários tratados feito
bandidos. O que houve foi uma maior conscientização da população, a partir de
campanhas do governo, que por sua vez não proibiu o uso do tabaco em si, mas
restringiu o seu uso em alguns lugares, como é o caso de locais fechados, como
restaurantes e bares. O resultado foi bastante positivo, já que se conseguiu
diminuir bastante a incidência do uso de tabaco principalmente pelos
adolescentes e jovens.
Já com o álcool a questão é um pouco diferente, já que esta
substância é bem aceita não só pelos brasileiros, mas também por uma boa
parcela de outros países do mundo. Em suma, mesmo que o álcool seja responsável
por algo que gira em torno de 4% das mortes no mundo, a sua proibição seria
completamente trágica, como já aconteceu outrora, nos anos 20 e que serviu
apenas para a glamorização e o aumento do poderio dos traficantes de álcool, da
bandidagem, além dos seus respectivos mercados negros.
Se compararmos álcool e maconha, veremos que a maconha é
largamente menos ofensiva que o álcool, o que torna quase incabível uma planta
que tem cientificamente provadas suas propriedades medicinais simplesmente ser
achincalhada por um governo repressor, que segue uma política americana
fracassada, que trás mais danos para a própria sociedade do que o consumo das
substâncias ilícitas em si.
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