Esse ano foi um ano de grandes transformações para quem de
alguma forma torce ou luta por uma política de drogas que inclua a redução de
danos como a chave principal para a minimização dos problemas causados pelas
drogas, principalmente quando falamos de drogas mais pesadas, como a cocaína e
o crack, principal vilão das drogas, que mais uma vez teve sua disseminação
ajudada pela proibição e pela falta de informação. Para quem não conhece a
história do crack, entenda que ele foi disseminado pelo Brasil devido à falta
de políticas públicas eficientes, o qual trataram muito erroneamente como uma “maconha
mais forte”.
É um completo absurdo o jeito que nossas autoridades tratam
o problema das drogas. Contudo, devido
ao nossos esforços – digo de todos, os que saíram do armário e se assumiram, a
velha guarda do ativismo, os novos e os que entenderam que a revolução começa em
casa- a situação vem mudando e digo isso com todo o otimismo, devido a uma
mudança comportamental principalmente nos jovens da geração da internet, que se assumiram e
vem batalhando por uma lei de drogas que separe cada usuário e cada droga, não
mais tratando usuários de maconha, como usuários de crack, que em suma, devido
ao vício, acaba por praticar pequenos furtos.
Como vemos, o crack é uma droga
muito forte e que causa uma grande dependência no usuário, o que leva a viver
em função da droga, porém, este ano, mais uma vez as pesquisas foram favoráveis
à desmistificação da maconha, que por incrível que pareça, em países liberais,
como na Holanda, se usam da baixa ou nula dependência da maconha, para medicar
e diminuir os efeitos dos ataques de abstinência causados pelo crack.
Pode parecer uma coisa de outro mundo, mas os resultados
apontam para uma taxa considerável de pessoas que gradativamente pararam de
usar crack e também maconha, uma vez que a dependência da maconha é psíquica. Como
diz bem o FHC, que não foi um bom presidente para o Brasil, mas é um ótimo
sociólogo e respeitado pelo mundo inteiro: “ Só não muda de opinião quem é
burro”.
Porém, a maior notícia para nós foi o país vizinho Uruguai,
que tenta em um projeto polêmico estatizar a maconha, para que o governo
enfraqueça o narcotráfico e assim consiga fazer com que se tirem os usuários de
maconha do ciclo da criminalidade e como consequência os tirem da oferta de drogas mais pesadas, como a
cocaína e um subproduto do resto pasta de coca, altamente viciante, parecido
com o crack que conhecemos no Brasil.
Para finalizar ao ano e com chave de ouro, quando já não
esperávamos nada - após o adiamento da votação do novo código penal para o
próximo ano, devido as eleições - vimos
os estados de Washington e Colorado nos agraciarem como os pioneiros a
legalizar a maconha, uma vez que nas eleições americanas, que também foram
realizadas este ano, mais precisamente em novembro, tiveram a realização de um
plebiscito, que afronta diretamente a lei federal dos EUA, contudo, como
naquele país os Estados tem autonomia de decidir por algumas leis que regem o
local, a mudança deve ocorrer, uma vez que estes estados já possuíam programas
de maconha medicinal. Esta decisão, coloca em cheque e faz pressão no Governo
dos EUA, que mantém a política de proibição, para lucrar com isto, uma vez que
o EUA tem uma política bem definida sobre um capitalismo bem agressivo, não
importando se para isso eles precisem apoiar a guerra às drogas, pois são os principais produtores de armas do
mundo e lucram altamente com isso. Lembre-se que quem produz armas acaba produzindo para os dois lados, é muito lucro!!
Esta é apenas mais uma guerra que eles
fizeram para aumentar a sua renda, e não vão abrir mão de uma mina de ouro, por
este simples motivo o governo federal não aceita a mudança das leis. Por este mesmo motivo eles mantém uma guerra no Afeganistão, com a diferença que além do lucros da fabricação de armas, também existe o intuito de pegar o petróleo da região, que tem o "ouro negro" como principal fonte de renda do país.
Porém como eu sempre defendi, esta é uma mudança ideológica,
que o que vale é a informação de qualidade. E é por esta razão, que eu tenho grandes
esperanças na nossa causa, que vai muito além de apenas fumar um baseado, mas
sim de uma construção de uma sociedade mais justa e mais tolerante e é por este
bons resultados que vamos conseguindo no mundo inteiro, apoiados por políticas
europeias de grande sucesso, quando o assunto é descriminalização das drogas,
que eu me baseio para pedir a vocês que conversem com quem puder, que mude o conceito dentro de sua casa, pois como
nunca é demais lembrar : a revolução começa dentro de sua casa!
Com sua mudança de
pensamento e mostrando para seus familiares que você não é bandido e continua o
mesmo, fazendo por onde as pessoas te respeitem, pois o respeito é imposto
pelas suas atitudes. Mostre a eles, tenham coragem, que fumar maconha é apenas
mais um estilo prazeroso de vida, assim como tomar uma cervejinha aos finais de
semana ou após o trabalho. Lembre-se de mostrar, que os usuários de maconha são
as mesmas pessoas que eles gostam, que afinal eles querem o bem e nós só
queremos o respeito e o respaldo principalmente deles, pois afinal, todos
precisam de apoio familiar para vivermos bem.
EU EL Charro, que já fui o Boldinho_d2, e que já passei por
todas as discórdias com familiares - e por isso falo da importância de conversar em casa sobre a tão polêmica maconha - e que venho
a dois anos à frente deste blog, desejo a vocês uma virada
de ano enfumaçada e de muita paz e sucesso profissional, pois nós trabalhamos ,sim!!
Quem sabe desta forma, com um novo ano, nova vida, tenhamos mais canabistas, ou
maconhistas, do que maconheiros. Afinal, precisamos usar da verdade,que
está do nosso lado, para desmistificar as mentiras passadas e bem trabalhadas pelos
EUA sobre a maconha. Pense bem, precisamos fazer apenas o mesmo, trabalhar a
informação, com a vantagem de estarmos trabalhando com uma informação verdadeira,
que desqualifica as afirmações dos conservadores e proibicionistas, leigos e
aproveitadores com a ciência, que nos prova ao contrário sobre a maconha.
Fica ai uma pergunta
a quem é contra: Sabendo das descobertas da ciência que apontam que o nosso
corpo possui mais receptores canabinoides que receptores de dor,como uma
substância que contém mais de 80 canabinoides pode ser prejudicial? E se os
canabinoides são tão prejudiciais, porque produzimos vários endocanabinoides, a
ponto de ser descoberto pelos cientistas um que produz efeitos parecidos com o
da maconha, o qual batizaram de Anandamida, e vulgarmente conhecido pelos mesmos descobridores como a maconha do corpo
humano? Eis a questão!!! O que me parece é , mesmo não sendo cientista, vejo
que as evidências apontam para uma situação de que a maconha não é tão
prejudicial ao corpo humano, até por ser tratar de algo que não é estranho para
o corpo. Está ai para quem quiser ver e duvidar é só procurar sobre
anandamida... Aproveite você também para questionar isto com seus amigos!!!
Ah, para não esquecer, como já disse o bom e velho ativista, antropólogo, e muito respeitado pela galera do Maconha da Lata, Sérgio Vidal : "Quem não defende a maconha, não deveria fumá-la"". Isso porque se quer se beneficiar do seu efeitos, e não pode defendê-la é melhor não fumá-la!! Um pouco de ilusão, até porque tem muito maconheiro ai recalcado, que não tem peito de defender, mas sabe que ela é gostosa de usar e gosta do seu efeito relaxante. Contudo, esta frase serviu para eu começar a defender a maconha e foi assim que tem dois anos que estamos ai, escrevendo, e aprendendo com todos os maconhistas do Brasil, que estão nos mostrando cada vez mais que a revolução está chegando!! Boas festas e boas reflexões sobre o tema que influencia diretamente a todos nós que fumamos um baseadinho e cultuamos os benefícios da cannabis e como não poderia deixar de ser, como bons cidadãos trabalhadores, exigimos respeito por nossas escolhas individuais, até porque nossa Constituição já prevê que as escolhas individuais sejam respeitadas.
0 comments:
Postar um comentário