Escrita com as mesmas sete letras, a palavra maconha é um anagrama de cânhamo, matéria-prima de grande importância no Renascimento. Gutenberg utilizou papel de cânhamo para produzir as primeiras 135 Bíblias impressas do mundo, sendo um desses exemplares parte do acervo da Biblioteca Nacional na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro.
Na antiguidade, os gregos e, posteriormente, os romanos, usaram velas e cordas de cânhamo nos seus navios. No século XV, cultivado nas regiões de Bordéus e da Bretanha, na França, em Portugal e na África, o cânhamo era destinado à confecção de cordas, cabos, velas e material de vedação dos barcos, que inundavam com frequência em longas navegações. O material obtido a partir de suas fibras, dotado ao mesmo tempo de rigidez e elasticidade, proporcionava às caravelas uma velocidade que alcançava 250 quilometros por hora. Segundo o norte-americano Rowan Robinson, autor de 'O Grande Livro da Cannabis', contando velame, cordas e outros materiais, havia 80 toneladas de cânhamo no barco comandado por Cristóvão Colombo, em 1496. A América foi “descoberta” graças à maconha.
Tendo impulsionado as Grandes Navegações, as velas de cânhamo trouxeram Pedro Álvares Cabral ao Brasil. O fato é que, na Renascença, a maconha foi um dos principais produtos agrícolas da Europa. No século XV, teve grande influência na mudança de mentalidades, pois tanto os primeiros livros foram impressos em papel de cânhamo quanto os gênios da arte pintavam sobre telas de suas fibras. Canvas, palavra usada em várias línguas para designar “tela” é uma corruptela holandesa do latim 'cannabis': diz-se 'oil on canvas' para as pinturas feitas em 'óleo sobre tela'.
O cultivo de cânhamo em terras lusas tornou-se massivo à altura das Grandes Descobertas, a partir do século XIV, pois fornecia matéria-prima para a preparação de cabos e velas para as embarcações portuguesas. O Decreto-Real de D. João V, em 1656, comprova que o incentivo à produção de maconha era uma política de Estado.
A história oficial diz que foi Pedro Alvares Cabral que descobriu o Brasil. Como já viviam milhões de nativos aqui, chamados de índios pelos portugueses, que imaginavam estar chegando às Índias, ninguém descobriu nada! Ou então, podemos dizer logo que a maconha descobriu o Brasil.
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