Quando se diz em regular a maconha, não estamos falando para
que se vire uma anarquia, mas que desta forma se possam criar diretrizes mais
eficientes para combater o abuso de substâncias entorpecentes. No Brasil, cerca
de 9% da população a usa Maconha ou ao menos a usou regularmente. Hoje em dia,
estima-se que 65% das pessoas têm acesso fácil a ela.
Muitas coisas se falam da Maconha, contudo, de verdadeiro
mesmo são poucas, isto porque a demonização da erva foi tanta que conseguiram
até que se excluísse a Cannabis sativa de pesquisas cientificas. Contudo, é
cada vez mais comum os jovens se interessarem pela erva. Neste jogo, a melhor
arma para os pais é a informação de qualidade, portanto, vamos a ela.
Um levantamento feito pela Unifesp estabelece uma associação
entre o consumo da Cannabis sativa antes dos 15 anos e déficits cognitivos.
Contudo, ele não define o que causa o quê, porque não dá para saber se foi a
droga que gerou as falhas na cabeça ou se, por outro lado, os sujeitos com uma
cognição menos privilegiada teriam, naturalmente, uma maior tendência a dar
tragadas e mais tragadas. “Para resolver essa pendência, é necessário testar
voluntários antes, ao longo e depois do período em que começarem a fumar, um
processo complicado e demorado”, explica o neurocientista Renato Malcher Lopes,
da Universidade de Brasília. Assim sendo, é impossível dizer com todas as
letras que maconha é sinônimo de tilts duradouros no cérebro.
A lógica, aliás, assemelha-se com a relação descoberta entre
essa erva e a depressão. Enquanto há gente que acredita na hipótese de que ela
seria o estopim desse mal em alguns casos, outros creem que quem sofre com o
problema vê nela uma espécie de relaxante. “Existem mesmo pacientes
psiquiátricos que a utilizam como medicamento. Mas isso não é indicado, principalmente
sem a orientação de um profissional”, reflete Jannuzzi Cunha, neuropsicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas de São Paulo (HC)
Uma porta de entrada?
“As pessoas podem progredir da maconha para outra droga. Mas
isso é somente uma associação, e não uma regra”, relata Ivan Mario Braun. Um
possível motivo é o desejo de a pessoa, ao longo do tempo, querer experimentar
outras, digamos, viagens alucinógenas. “Um grande problema é que o usuário
geralmente compra maconha do traficante. E esse oferece outras substâncias
junto para aumentar seus próprios lucros”, afirma Jannuzzi Cunha.
A maconha em números
- 67% dos usuários começam a fumar maconha entre 12 e 17
anos;
- 16% entre 18 e 25;
- 5,5% acima dos 25;
- 1,5% com menos de 12;
- 9% dos indivíduos que fumam maconha ficam viciados;
- O número sobe para 16% se o consumo se inicia nos
primeiros anos da adolescência;
- 65,1% das pessoas têm acesso fácil à Cannabis Sativa;
- 3 anos é o tempo que transcorre, em média, do momento da
experimentação até o uso crônico. Mas, claro, muita gente para antes disso;
- É a droga ilícita mais consumida no mundo
0 comments:
Postar um comentário