segunda-feira, 16 de abril de 2012

Após Rasquera, outras cidades podem se interessar pelo cultivo de maconha para burlar a crise


A polêmica aprovação do aluguel de terrenos para o cultivo de maconha na cidade de Rasquera como antídoto à crise financeira gera repercussões e difunde a ideia pelo país. De acordo com representantes da Associação Barcelonesa Canábica de Autoconsumo (ABCDA), grupo que desfrutará do privilégio no município, a fama do caso já fez com que outros se interessassem por convênios semelhantes como uma forma de burlar a crise que assola a Europa.

"Com a crise, estão todos endividados. Depois da notícia de Rasquera, outras cidades nos procuraram para que plantássemos maconha em parceria", explica Thais Santos, brasileira, sócia e colaboradora da ABCDA. O futuro cultivo aumentou a demanda pelo número de sócios, e cresce também a procura de pessoas que usam a erva com fins terapêuticos. "Foi incrível como cresceu o número de doentes que entraram em contato depois que a notícia sobre a possível plantação se espalhou", diz Vojislav Djordjevic, presidente da ABCDA.

O pequeno povoado da Catalunha tem cerca de 960 habitantes e uma dívida de 1,3 milhões de euros. A cidade já arrecadou 30 mil euros pelo contrato e receberá mais 50 mil ao mês para despesas com administração e segurança. Além disso, serão criados entre 40 e 50 novos postos de trabalho.

Quem compõe e o que é a ABCDA

A ABCDA foi fundada há dois anos. Pagando uma taxa de 20 e 40 euros ao mês, os sócios têm direito a 27 gramas de cannabis por semana. Ela facilita o autoconsumo da droga, o que é considerado atividade legal na Espanha sempre que não haja lucro. O clube tem cerca de cinco mil membros. A maioria consome ludicamente, e 30% fumam a erva com fins terapêuticos. "São pessoas com doenças terminais como o câncer que mesmo não podendo fumar, bebem o chá da maconha", explica Thais Santos.
Puxando um parêntese à realidade brasileira, enxergo como um caminho muito bom a ser seguido quando falamos na descriminalização da maconha. A criação de clubes de Cannabis é sim uma ótima forma de conseguir a maconha de uma forma legal, além do que o governo poderia fiscalizar as atividades do clube, sem esta repressão e guerra à plantinha.
Para se tornar sócio, é preciso passar por uma entrevista e preencher um grande relatório antes que os membros organizadores aprovem a solicitação. "Aqui é tudo muito sério. No ano passado, declaramos quase meio milhão de euros e pagamos os impostos", afirma Djordjevic.

Percalços e dúvidas

Não foi fácil o caminho até o fim definitivo. Em 1º de março, depois de semanas de discussões entre políticos e conselheiros, a prefeitura de Rasquera aprovou a ideia como parte do plano para acabar com as dívidas da cidade. A ABCDA já havia repassado parte do dinheiro para o povoado, cujos habitantes, no entanto, exigiram um plebiscito, empurrando o início do cultivo ficou para o mês de julho.
Já no final de março, a pressão para que o clube desistisse do projeto veio de outro lado. A polícia apreendeu toda a maconha e o dinheiro arrecadado com o objetivo de demonstrar que os membros não consumiam a erva, mas a comercializavam. O caso continua sendo investigado, mas o dinheiro já foi devolvido. O cultivo no povoado começa em julho e o produto poderá ser consumido a partir de novembro deste ano até 2014, quando finalizam os dois anos de contrato.

1 comments:

Anônimo disse...

A idéia dos clubes canábicos é um exelente ponto de partida para que pessoas comprovadamente usuárias da maconha medicinal, possão ter acesso a erva sem correr riscos. Tão importante no tratamento de doenças crônicas, seria uma saída auspiciosa, e o governo arrecadaria recursos para invertir no tratamento digno para viciados de drogas pessadas, afastando de uma vez por todas o fantasma do tráfico de drogas e está guerra que só tem perdedores e vítimas inocentes.

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