Financiado pela política de guerra às drogas de Nixon na
década de 70, estudos científicos na época afirmavam que o fumo da maconha
causava câncer, morte de neurônio, infertilidade e sequelas graves, enquanto na
mesma época, o cigarro de tabaco, posteriormente considerado a maior causa de
morte no país, era subsidiado pelo Governo e difundia-se pela mídia para todo o
mundo.
Historicamente indicada para prisão de ventre e problemas de
menstruação em livros da medicina tradicional chinesa há mais de 4 mil anos,
bem como pelos hinduístas na Índia, a maconha, inflorescência feminina da
planta do gênero Cannabis, um dos medicamentos mais controversos da atualidade
já foi receitada no século XIX para a rainha inglesa Vitória, que sofria de
fortes cólicas menstruais. Antes da proibição em 1937, pelo menos 20 mil
medicamentos comercializados em farmácias pelo mundo a possuíam em sua composição.
A maioria deles eram loções externas, comprimidos ou xaropes, indicados para
tosses, dores e como relaxante muscular. Curiosamente na mesma época, a
aspirina, era lançada comercialmente em 1899 pela Bayer (uma das maiores
empresas farmacêuticas da atualidade) e tornava-se cada vez mais popular.
Atualmente, a ciência, agora um pouco mais livre, prova
através de experimentos que os fatos divulgados sobre a maconha são
completamente diferentes daqueles que a criminalizaram. Estudos mostram que os
canabinóides, substâncias em grandes quantidades na erva, podem ser ótimos
aliados no tratamento do câncer, regredindo tumores e combatendo a náusea e
falta de apetite causados pelo tratamento quimioterápico. Os efeitos dos
canabinóides também estão relacionados à formação de novos neurônios e
estímulos neuronais, podendo ser utilizada no tratamento de doenças
neurodegenerativas, como Alzheimer e esclerose, disfunções, como a epilepsia e
Parkinson, e após acidentes cerebrais, como o AVC, podendo melhorar a qualidade
de vida principalmente de idosos. A capacidade ansiolítica da planta pode
tratar o estresse, a depressão e a insônia, consideradas doenças
características de adultos em grandes metrópoles, e que muitas vezes são
tratadas com fortes calmantes depressores do sistema nervoso, que também são
utilizados por epiléticos, causando apatia, indisposição e falta de libido.
Também é indicado para o alívio de dores crônicas e é um ótimo medicamento para
glaucoma, por não possuir efeitos colaterais danosos como a medicação padrão.
Os pesquisadores especulam que a atividade anti-inflamatória
contida na resina das flores pode estar relacionada com o fato de não causar
danos respiratórios como o tabaco, que possui nicotina, um depressor no
organismo causador de diversas sequelas e de morte.
Diante das descobertas científicas relevantes para a saúde,
inicialmente, os EUA liberaram a comercialização de diversos medicamentos
contendo canabinóides sintéticos. Posteriormente, a própria maconha conseguiu
atingir a legalização para diversas utilizações médicas em alguns estados nos
EUA. Atualmente, para cada problema é receitada um tipo de planta, uma vez que
as plantas concentram diferentes canabinóides, cada um com sua atividade
característica no organismo. O mercado atual de maconha medicinal
norte-americana oferece desde a erva seca e curada, própria para fumar, até
bolos, doces e pirulitos com canabinóides para os não fumantes que buscam o
tratamento com a planta. Para comprar os produtos, é necessário receita médica
e um cadastramento. O paciente recebe um cartão e pode retirar a quantidade
receitada em lojas legalizadas.
No Brasil os avanços demoram a chegar, a GW Pharmaceuticals,
desenvolvedora do spray Sativex, droga sintética com alguns canabinoides, busca
aprovação na ANVISA para a comercialização. A legislação brasileira impede
qualquer medicamento com substâncias ilícitas, mas possui exceções, como a
morfina. Em Minas Gerais, há um caso de um portador de HIV que comunicou ao
Ministério da Justiça e polícia que cultivaria para auxiliar no seu tratamento.
O paciente foi preso por 72 dias. Apesar do pessimismo nacional, um projeto de
lei realizado por uma Comissão de Juristas Penais circula pelo Senado
brasileiro e trata da legalização do autocultivo, o que já seria um enorme
avanço para os usuários no país.
Texto escrito por F. R, segundo colocado no I Concurso de Redação Canábica do Maconha da Lata
3 comments:
Parabéns pelo texto, sou portador de doença de crohn, epilepsia. poderia ser tratado com ela, mas infelizmente sou obrigado a ter de ser submetido a procedimentos invasivos e drogas que, essas sim, seuqelam o SNC e acarreta dezenas de outras problemas, não curando o primeiro.
Esta redação deveria ser lida pelos radicais proibicionistas deste pais atrasado pra caralho. Muito boa a explanação, texto com exelente entendimento e que usarei pra mostrar a todas as pessoas que conheço, que ainda tem alguma dúvida do fantástico poder de cura da MACONHA.
EU DEFENDO É O CONTRÁRIO, DEFENDO A LEGALIZAÇÃO DO USO RECREATIVO DA MACONHA E NÃO SÓ O MEDICINAL QUE O PRÓPRIO BOM SENSO FAZ COM QUE ATÉ PASTORES CONCORDEM COM O USO MEDICINAL ... O QUE PROVA QUE ELE SERÁ LEGALIZADO DE QUALQUER MANEIRA ... JÁ O USO RECREATIVO É O LADO QUE PRECISA SER DEFENDIDO FICA OFUSCADO AO SE DEFENDER "USO MEDICINAL" QUE VIRÁ NATURALMENTE
http://www.youtube.com/watch?v=6_t3EH5kUaA
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