Dando sequência ao ciclo de entrevistas do blog Maconha da Lata, o leitor vai poder acompanhar o nosso bate papo com o carioca, artista, designer gráfico ou como ele próprio se denomina, um revolucionário, Márcio PXE. Confira esta super entrevista feito por nós e boa leitura para todos!!
Você esteve presente no I Pot in Rio, gostaria que você
falasse deste momento inédito na cultura canábica brasileira.
Como usuário e admirador da planta, foi uma felicidade
imensa estar lá, vendo e mostrando que há muito além de só fumar maconha.
Como você enxerga a vida do artista brasileiro?Na maioria
das vezes, o reconhecimento da sociedade é gratificante, ou você ainda acha que
falta muito?
Vida de artista não é fácil, mas talvez seja ainda mais
difícil no Brasil. Infelizmente, enquanto você não está cheio da grana, não te
respeitam como artista. Reconhecimento existe, mas ninguém te ajuda – isso é
fato.
Existe algum trabalho de sua carreira que você tem como
preferido de todos?
Minha carreira começou no início dos anos 90, criando
estampas para as skatewear do Rio, quando o skate ainda era bem underground.
Depois vieram as agências de design e publicidade e de 2006 pra cá, a volta às
artes e o início no grafite em 2010, com a possibilidade de mostrar meu
trabalho pra muita gente. Então, melhor que definir um trabalho preferido,
escolho um momento que é exatamente esse que estou vivendo.
Qual é a sua fonte de inspiração antes de um trabalho?
Existe alguma espécie de ritual que você queira compartilhar com os nossos
amigos leitores?
Me amarro em desenhar chapado, mas não dependendo da erva
pra criar. Minha fonte de inspiração é o universo, o cotidiano... Posso ver ou
ouvir algo e dali tirar uma ideia ou ela simplesmente aparece, como mágica.
Ridícula, né? É bom ver que existe um esforço cada vez maior
pela legalização, mas a falta de informação e o preconceito ainda prevalecem.
Mas isso vai mudar logo e depende muito mais dos usuários do que qualquer
campanha, meio de comunicação ou pessoa. Se não lutarmos pelos nossos direitos,
vamos continuar levando porrada na cabeça.
Atualmente, os países da América Latina vêm mudando o seu
pensamento quanto ao modo de se combater o uso de entorpecentes. O que você
pensa sobre o Uruguai, que quer estatizar a produção e o controle da maconha?
Acho essa atitude do Uruguai interessante, porque serve de
exemplo para outros países. Mas ainda acho que além de transformar a planta num
produto é preciso deixar a planta ser planta, isto é, dar a possibilidade a
qualquer um de cultivar a própria maconha.
Como você vê a possível descriminalização do cultivo
caseiro de maconha no Brasil?
Acho que já passou da hora! Tem que descriminalizar o
cultivo caseiro pra ontem, pra já! Prensado já era, que venham os camarões!
Atualmente você está desenvolvendo algum trabalho
artístico? Conte para nossos leitores.
No momento, tenho desenhado e grafitado bastante. Além
disso, estou editando e publicando um reality show de altinha com 56 capítulos
que rolou no verão de 2012, preparando uma ação anti-lixo na Praia de Ipanema
com amigos da Escola Alemã e ainda num ritmo lento, criando peças para uma
futura exposição.
Você atualmente estreou um programa na Rádio Legalize,
certo? Conte nos como está sendo esta nova experiência.
To amarradão em fazer o PXE and the ROCKS na Rádio Legalize
(toda sexta, 19hs), que já caminha pra 8ª edição. Sempre fui muito ligado à
música, desde moleque e agora tô tendo essa chance de mostrar o que garimpei
por tanto tempo, com total liberdade.
Deixe uma frase para os amigos do Maconha da Lata que
acompanharam esta entrevista.
Seja feliz, mas seja agora! Legalize já!!!
Acesse a página do PXE no Facebook!
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