quarta-feira, 9 de novembro de 2011

USP e MACONHA (Por Dr. André Barros)

Os estudantes da USP relataram que a polícia militar, desde a realização do convênio com a universidade, vinha constantemente abordando e revistando muitas pessoas a procura de maconha, as famosas “duras”. Dentro das faculdades circulavam armados. Vários outros crimes eram praticados no campus, como homicídio, roubo, dirigir embriagado, corrupção etc. Mas por que a polícia seleciona em regra a abordagem dos maconheiros? A explicação é materialista histórica. O hábito de fumar maconha foi trazido pelos negros escravizados e degredados da África. A polícia tem suas raízes nos antigos capitães do mato, que recebiam recompensas quando pegavam os escravos que buscavam sua liberdade. Esta polícia fez sua história prendendo os estigmatizados como maconheiros vagabundos que não queriam trabalhar. Vem daí toda uma linguagem subjetiva que reúne termos como maconheiro, macumbeiro, cachaceiro, arruaceiro etc.

Dos longos períodos de ditaduras que viveu o Brasil, na de Getúlio, a maconha foi criminalizada com o discurso racista lombrosiano. Fumar maconha era uma característica de um criminoso nato das condutas mais violentos. Os jornais sempre noticiando que “fulano praticou o crime emaconhado.”

Na ditadura militar, institucionalizou-se, com toda a cobertura da mídia que se criava, um Estado de Polícia. Tão forte que, agora, para ser criada a Comissão da Verdade, os torturadores foram anistiados, mesmo sendo a tortura um crime universalmente imprescritível. Todos esses agentes da repressão continuaram atuando e construindo esta polícia.

Infelizmente, a USP, que poderia ter enfrentado a complexidade da questão, com debates transversais nas suas faculdades de sociologia, direito, medicina, artes, em todo seu universo, sobre a política de segurança pública, preferiu seguir as práticas de nossa herança policialesca e escravocratas. Foi inadmissível o que a polícia fez com os estudantes na escura madrugada de 8 de novembro de 2011. Mas esse movimento, que encontrava alguns preconceitos, passou a ter mais adesão e vai crescer, pois a violência foi tão grande que aqueles que estavam a favor da polícia agora estão contra. Parabéns aos estudantes que resistiram e não se deixaram controlar, vigiar, policiar e corrigir. Trata-se de um movimento horizontal que não quer derrubar um ditador específico, mas resistir e derrotar práticas verticais criminalizadoras e de exceção herdadas da escravidão à ditadura militar golpista de 1964. É racista a criminalização da maconha no Brasil.

Dr. André Barros, advogado da Marcha da Maconha

https://www.facebook.com/advogadoandrebarros

http://twitter.com/#!/advandrebarros


5 comments:

Anônimo disse...

Eu penso que esta tentando justificar isso buscando muito longe! Além do que, quem começou com a violência foram os estudantes..
Se preferissem um debate, um estudo , um acordo, tomar a reitoria nao foi o caminho mais sensato.

A propósito, a Tortura nao é um crime imprescritível e sim inafiancável! o doutor deve estar confundindo!

Anônimo disse...

"de um jeito que ninguém nunca imaginou
O governo me escravizou, parece que ninguém nunca avisou
só avistou sua forma de mandar caô
E perpetuou a miséria na esfera não por amor

Imperialismo caótico da ódio, mórbidos negócio, sistema ilusório
E só buscam petróleo notórios sórdidos num surto de insultos por lucros sólidos
Bucólico olhos se perdem no ócio, o que eu quero não posso, quebram seus ossos
E revistam seu dormitório por tóxicos e fazem da corrupção o melhor negócio
Pra nos só sobra os destroços e ainda querem falar de bons modos
Não modos de agir e sim de florir o jardim de din dos sócios
Te acertam e derrubam do podio, te querem com cash sem dreads e sóbrio
Mas nunca argumentam e alimentam a igualdade, humildade, verdade pros próximos..."

ConeCrewDiretoria.

Anônimo disse...

então, afinal, é realmente uma luta a favor da maconha? nada mais que isso...? em final de semestre acho que os estudantes financiados pela população tem mais com o que se preocupar!
eu sou totalmente a favor da legalização e descriminalização da maconha, mas acho que algumas coisas tomam proporções descabíveis e aproveitam-se de erros passados para justificar o vandalismo do presente.

SkaRudy disse...

Acredito que estamos em um estado de sítio constante. Não só "maconheiros"... mas todos aqueles que querem uma vida livre de todos esses dogmas e paradígmas impostos a nós pela sociedade.

É lamentável isso que ocorreu na USP... e continua ocorrendo em outras instituições de ensino superior.

Um tumulto gigante gerado pelos represores, simplesmente por um cigarrinho inofencívo?

BASTA DESSA VIOLÊNCIA DESENFREADA!

NÓS SÓ QUEREMOS VIVER DO VERDE... VIVER EM PAZ!

MOYSES BARSOTTELLI FRAGOSO disse...

dr ANDRE ,GRANDE GUERREIRO CONTRA ESSAS ABSURDAS PRATICAS NAZISTAS ,,,,DROGAS A NAU DA AMBIVALENCIA "QUEM GANHA NESSA GUERRA ",,,AFINAL NESSA HIPOCRISIA QUEM GANHA ,,, DROGAS E UMA MERCADORIA E PORTANTO NUNCA SERA DERROTADA POIS HAVERA SEMPRE COMPRADORES,,,,ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS COM NOME DE DROGARIAS RSSSS E PRECISO REPENSAR ESSA BARBARIE ,MATA-SE MAIS NO TRANSITO COM DROGADOS COM ALCOOL E ENERGETICOS QUE AS SATANIZADAS DROGAS ILEGAIS ,,,,,,,VALEU MEU FUTURO DEPUTADO FEDERAL ,VAMOS MUDAR ESSA LEGISLAÇAO ESCROTA ,,,,

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