O dia 23 deste mês marcou o centésimo aniversário do
primeiro tratado internacional de controle de drogas, a chamada Convenção
Internacional do Ópio, assinada em Haia, ainda em 1912. O tratado tinha o intuito de proibir a venda
de ópio, morfina, cocaína, a pessoas que não fossem médicas, regulando assim a
distribuição e a produção destas substâncias.
A Convenção de Haia serviu de base para os Estados Unidos
lançarem outros tratados que visavam a proibição das drogas, o que acabou
culminando no que vemos nos dias de hoje, que são violência, assassinatos e o
crime organizado.
Estas iniciativas proibicionistas dos EUA eram fruto de um
entusiasmo de uma Era Progressista, no qual se via o governo com o papel de
regular as atitudes, no que mais tarde culminaria no desastre da proibição do
Álcool. As iniciativas foram avalizadas pelo então presidente Theodore
Roosvelt, que suprimiu o comércio de ópio, agradando a China e reprimindo o
comércio desenfreado da droga pela Índia.
A Convenção de Haia, assinada por os EUA, China, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão, Portugal, Pérsia, Rússia e Países Baixos, obriga os seus signatários a “ fazerem todos os esforços para controlar, ou para fazer com que sejam controladas, toda a fabricação, importação, venda, distribuição, exportação e morfina, cocaína e seus sais respectivos, bem como os lugares em que essas pessoas fabricam a matéria-prima dessa indústria ou ao comércio. "
As consequências funestas do Tratado de Haia e da guerra
mundial subsequente sobre drogas permanecem conosco até hoje: proibição movendo a
rota do crime, droga e violência, além do exorbitante número de meio milhão de
americanos na prisão por delitos que eram desconhecidas há um século; guerras
de drogas assassinas que continuam acontecendo no Afeganistão, Colômbia e
México, que deixaram milhares de mortos, sem contar a negação generalizada da
liberdade pessoal e liberdades civis.
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