terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Entrevista: Vereador Cristiano Alves da Silva conversou sobre legalização da maconha!

Continuando as nossas entrevistas, hoje vamos mostrar o agradabilíssimo papo que tivemos com o Vereador baiano Cristiano Alves da Silva, da cidade de Medeiros Neto, que ganhou fama na sua cidade e pela internet, por assumir publicamente que era maconheiro e defender a causa. Neste bate-papo, você confere as ideologias do vereador que está no terceiro mandato consecutivo, que se diz aliviado, além de afirmar que a Maconha nunca o impediu, nem o atrapalhou ao longo de sua carreira. Não deixe de conferir!!

O que te fez assumir publicamente que é usuário de maconha? Em nenhum momento o senhor pensou que isto poderia prejudicar a sua vida política?

Na verdade, desde que entrei na vida pública no ano de 2000, sofro acusações de que não teria qualificação para assumir tal cargo de vereador por ser maconheiro, usando o termo maconheiro de forma preconceituosa, querendo dizer que quem usa maconha é bandido, drogado, etc. Mediante isso, resolvi assumir em praça pública, como também na Tribuna da Câmara, saindo em defesa dos usuários; mostrando que maconheiro trabalha, estuda, ama sua família. Pensei sim, que poderia prejudicar e muito minha carreira, mas preferir ser verdadeiro para com meu munícipes do que me esconder atrás de uma cortina demonstrando ser uma pessoa que não sou.

Quando falamos de uma liberação da maconha, o senhor defende algum tipo de modelo instaurado em algum país ou o senhor pensa algo diferente do factual?

Penso de forma muito diferente desse sistema proibicionista atual. Sou bastante adepto a ideia do Dep. Paulo Teixeira sobre a regulamentação da maconha industrial: através de cooperativas e para o uso recreativo defendo o auto-cultivo como forma de enfraquecimento do tráfico e do crime organizado.


O senhor acredita que a possível legalização da Maconha no Brasil, seria um fator que ajudaria e muito alavancar ainda mais a nossa economia, principalmente em regiões mais pobres?

Sim, acredito. Os tempos vão mudando e o conceito das pessoas de pensar sobre o tema também. Ano passado, tivemos um grande avanço; esse ano, espero que não vá ser diferente e avançaremos muito também. A grande dificuldade da regulamentação em nosso país é a classe política que sequer tem coragem de discutir de forma aberta esse tema, por medo de perder votos. Contudo, o que os legisladores teriam obrigação de fazer, o STF tem feito, com a descriminalização do porte de drogas para consumo que será discutido pelo mesmo esse ano, que já declarou ser um tema de Repercussão Geral;e se, esse julgamento for favorável a descriminalização, será outro grande passo a favor da causa. Em relação a desenvolver a economia é óbvio que isso iria acontecer. Os milhões hoje arrecadados pelo crime organizado, só pelo tráfico de maconha, poderiam estar ajudando o governo a desenvolver ações econômicas que poderiam manter o homem no campo com uma alternativa de cultura, com muito mais possibilidades de negócios do que as culturas convencionais adotadas principalmente em nossa região nordestina, sejam: milho, feijão e mandioca.

Por que o senhor acha que o povo brasileiro tem tanto medo da maconha? Será falta de informação do que de fato é a maconha e os seus efeitos?

Falta de informação com certeza. Além do mais, já são quase cem anos de satanização da erva e a população não mudaria esse conceito muito rapidamente: é natural isso, mas o growroom, o hempadao e nós ativistas tem ajudado bastante a população mudar esse conceito. Minha mãe que antes achava que maconha era erva do diabo, hoje tem certeza que ela me ajuda muito mais do que atrapalha.

Como o senhor enxerga o paradigma das pessoas que mesmo correndo risco, se aventuram em fazer o seu cultivo de maconha, para assim não recorrer ao tráfico de drogas?

Vejo nessas pessoas um espírito revolucionário, e a justiça ao invés de inibir esses atos deveriam era aplaudir. Não entendo o porque que as pessoas que cultivam não são tratadas pela lei de drogas da mesma forma que são tratados os usuários, em seu artigo 28 a Lei deixa claro que quem cultivar para fins de consumo será tratado como usuário, mas a aplicação não é assim que acontece na maioria das vezes e o cultivador é processado como traficante. Por isso muitas  pessoas ainda preferem comprar a cultivar, mas em contrapartida, tem mudado muito esse conceito, principalmente depois que as informações estão chegando com mais facilidade.

O Cultivo caseiro de maconha, seria uma possível e eficiente arma de combate ao tráfico de drogas?

Com certeza. Eu cultivo minha planta vou comprar de bandidos pra que?

O Senhor acredita que o atual cenário político e social privilegia um maior debate do assunto, tendenciando, como em outros países, para a descriminalização não só da maconha, mas das drogas?

Não acredito. A maioria de nossa sociedade ainda acredita nesse discurso hipócrita e demagogo do proibicionismo, mas vejo com bons olhos na medida que o mundo vai mudando a forma de tratar e discutir esse assunto na nossa sociedade.


Como o senhor se sente depois de ter revelado que se utiliza da maconha, já que isso não te interfere na vida pessoal e nem profissional. De certa forma, é um alívio?

Sim é um alívio! Na minha vida pessoal e profissional nunca afetou, mas tenho a consciência de que hoje as pessoas me olham de forma diferente na minha cidade, que é uma cidade pequena de 20.000 habitantes do interior da Bahia. Uns me olham com rejeição, outros com admiração. Mas confesso que não estou preocupado! Minha única preocupação agora é seguir em diante com minhas ideologias sobre o tema!

O senhor se sente de certa forma constrangido, por ter o seu direito individual de fumar maconha, cerceado?

Sim! Constrangido não por mim, mas por ser um cidadão que vê a sua Constituição sendo desrespeitada.

Por favor, deixe uma mensagem para os leitores do Blog Maconha da Lata.

 Irmãos, não se preocupem com o que pensam ou o que falam de você! Defenda suas ideias sempre, em relação à maconha.Não tenham vergonha de ser maconheiro, é um direito seu e que em breve será respeitado. Legalize sua mente, legalize sua família, legalize sua rua, legalize seu bairro, legalize sua cidade! GRITEM COM MUITO ORGULHO: PREFIRO SER MACONHEIRO A ALCOOLATRA.
 "O caminho do sucesso eu não sei qual é, mas o do fracasso é tentar agradar a todos" (NICOLAU MAQUIAVEL)

FONTE: http://maconhadalata.blogspot.com


4 comments:

Thiago Tomazine disse...

O pintinho é o cara!

Anônimo disse...

Parabéns pela entrevista,muito bem clara a colocação.

luca disse...

O Vereador Cristiano Alves é o tipo de político que o Brasil precisa: Não só por fumar maconha e ser a favor da nossa causa mais principalmente por ser um homem honesto de carácter e verdadeiro. Fico contente de saber que temos um importante aliado, e mais ainda por ser uma pessoa do bem. Parabéns pela entervista e pelo entrevistado. Legalize jáh....

JC Moro disse...

Parabéns, ótima entrevista!

Precisamos de políticos que sejam honestos e tenham caráter!

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