Com o lema “Basta de Guerra: por uma outra política de
drogas, a Marcha da Maconha de São Paulo ocorreu na tarde de ontem de forma
pacífica. Com um público estimado em 5 mil pessoas, o evento começou por volta
das 16h30 na região da avenida Paulista. Munidos de faixas e pedindo a
legalização da maconha, os manifestantes gritavam frases de ordem, como “ei
polícia, maconha é uma delícia”.
Após concentração no vão livre do Museu de Arte de São Paulo
(Masp), a marcha saiu pela avenida Paulista no sentido Consolação, ocupando três
faixas da via. O evento reuniu integrantes dos partidos Psol e PSTU, além de
milhares de manifestantes, que expressavam sua opinião através de faixas,
cartazes e cigarros gigantescos que simulavam um “baseado”.A marcha teve pouco
mais de duas horas de duração, circulou além da Paulista pela rua Augusta e
pela Consolação e terminou na praça da República.
Antes do protesto, o professor de História da USP Henrique
Carneiro foi ouvido por centenas de jovens enquanto discursou sobre o uso de
"uma das plantas mais importantes da história da humanidade".
Carneiro falou sobre o uso da fibra dos tecidos das velas e nas cordas e também
sobre o uso do cânhamo para a fabricação do papel. Associou a proibição da
maconha a questões sociais e raciais - disse que a droga foi discriminada na
Europa por ser associada a árabes e nos Estados Unidos a mexicanos- sendo que
no Brasil esteve sempre associada a negros e pobres moradores de favelas. Mas
empolgou mesmo ao comparar o uso de drogas ao abuso de álcool e gorduras.
"Quem quer tomar sua cerveja não tem que lidar com criminoso, ninguém chama
as grandes redes de lanchonete de traficantes de colesterol!"
A advogada e membro do movimento pela legalização, Juliana
Machado, 28 anos, declarou que a marcha existia justamente para pressionar a
politização do tema e fomentar a discussão. "É preciso admitir que o
comércio existe e a guerra às drogas não foi um método eficiente para combater
o consumo", disse.
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