Com a recomendação de que os participantes não portem
substâncias ilícitas, a Marcha da Maconha vai colorindo de verde as ruas das
principais cidades brasileiras com muita paz e amor. A Marcha já declarada
pelo STF como constitucional, cada vez mais ganha força e faz pressão para que
a suprema corte julgue o caso sobre a descriminalização de drogas no Brasil,
pois a atual lei é completamente obsoleta.
Na legislação atual há pontos a serem ajustados. Em 2006, a
lei federal 11.343 criou o Sisnad (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas) para orientar a repressão contra produtos não autorizados, como o
tráfico e crimes, além de prever medidas preventivas e de reinserção social de
usuários e dependentes de drogas em geral - desde o crack até a maconha,
passando pelos produtos sintéticos como
o ecstasy e LSD.
O ponto delicado da questão judiciária da lei de
entorpecentes é justamente a separação de quem é usuário e quem é o traficante.
Desde 1990 o tráfico de entorpecentes foi assemelhado ao crime hediondo
previsto na Constituição, que é inafiançável e sem anistia, o que causa um
tremendo mal à sociedade quando um usuário é enquadrado como traficante. Quantas
vezes por exemplo, nossos amigos growers foram acusados de tráfico de drogas,
quando na verdade apenas cultivava suas plantas, para justamente não participar
do ciclo da criminalidade? Não é de hoje que esta arbitrariedade acontece
contra usuários de maconha e é completamente sem sentido.
Quando se fala de uma nova lei de entorpecentes, que seja
mais humana e menos repressiva, vemos que as pessoas leigas, principalmente os
proibicionistas não conseguem enxergar bem que o problema de abuso de drogas e
a atual política de repressão influencia a todos que vivem na sociedade, mesmo
sendo usuários ou não, afinal, o dinheiro para reprimir é advindo dos impostos.
Se por um lado existe aquela máxima de que o usuário é quem financia o tráfico,
por outro, o imposto pago por toda a população é o financiador da guerra, pois
quem é contra a legalização é a favor da guerra e é sim culpado em partes por
apoiar este sistema brutal, que nem de longe se mostra eficaz.
A questão é polêmica,
mas muitos artistas já começam a manifestar sua opinião sobre o assunto , como
foi o caso do músico Frejat, um dos fundadores do grupo Barão Vermelho, que
afirmou sem cerimônias nesta semana que
é a favor da regulamentação de todas as drogas, com comércio controlado e
assistência de saúde para os dependentes. “Não existe tráfico de remédios de
tarja preta, por exemplo, que são drogas ainda mais fortes que todas as
outras”, diz.
Para ele, que fez a declaração na entrevista a Marília Gabriela durante programa do SBT, essa posição foi amadurecida em conversas com seus pais e com seus filhos.
“Sem apologia ao uso, acho que esse aspecto não pode continuar sendo responsabilidade do crime”, completou.
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