sexta-feira, 25 de maio de 2012

Diante da ofensiva mexicana, mulheres começam a comandar o narcotráfico


A morte de milhares de narcotraficantes nos últimos cinco anos no México na "guerra" lançada contra eles pelo governo está fazendo com que esposas, irmãs e filhas avancem em postos dentro dos cartéis que até agora estavam reservados aos homens.  A velha alternativa americana de proibição às drogas mais uma vez vem fracassando e o que se vê no México é o aumento de mortes e não a diminuição na produção.

Assim afirma o livro "Las jefas del narco" ('As chefes do narcotráfico', em tradução livre), cujo coordenador, Arturo Santamaría, pesquisador da Universidade Autônoma de Sinaloa, adverte que a mudança "vai fortalecer (o narcotráfico), vai tornar mais difícil combatê-lo, porque parece que o estão fazendo com mais inteligência". A verdade, é que o crime organizado já se diversifica há muito tempo e o combate armado a ele só o torna mais forte, pois a fonte de renda é necessariamente ainda advinda da verba arrecadada pelo tráfico de drogas.

"Las jefas del narco", obra publicada por Grijalbo, reúne trabalhos de vários jovens pesquisadores e jornalistas e inclui entrevistas e declarações de algumas traficantes de drogas que abandonaram seu papel tradicional, limitado na cultura do narcotráfico, para ocupar posições de comando.

Desde que o presidente Felipe Calderón iniciou, em dezembro de 2006, uma ofensiva contra o crime organizado com a participação do exército, morreram mais de 50 mil pessoas em confrontos entre os cartéis e deles com as forças públicas, mas nunca na história se conseguiu diminuir a produção de heroína, cocaína, opium, maconha, entre outras.

"A maior parte dos mortos são narcotraficantes e homens", explica à AFP Santamaría, que acrescenta que isto provocou uma "substituição obrigatória" nas estruturas criminosas.
Por um lado, precisaram recorrer aos jovens, "mas também dentro das mesmas famílias dos traficantes de drogas, (com) as esposas, as filhas, as amantes, as namoradas...".

"Já mataram meu pai, ficou meu irmão, mas ele morreu no último tiroteio e hoje eu sigo à frente", afirma uma delas em um capítulo escrito por Christian Moreno.

No estado de Sinaloa (noroeste), berço dos principais traficantes mexicanos e em cuja serra é produzida papoula e maconha há quase um século, a substituição ocorreu de forma quase natural porque muitas conviveram com o narcotráfico desde que nasceram.

"Elas o absorveram desde crianças, milhares delas. Sabem o que é isso, como funciona", afirma Santamaría.

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