Mais de 600 pessoas lotaram o auditório do Ibirapuera, em
São Paulo, no sábado passado (02) à noite, para um debate sobre o documentário
Quebrando o Tabu, que propõe a busca de políticas alternativas ao fracasso da
guerra às drogas. O longa estreou há um ano nas salas nacionais e propõe uma
discussão responsável sobre o tema com depoimentos de Fernando Henrique
Cardoso, Paulo Coelho, Dráuzio Varella, Bill Clinton e Jimmy Carter.
Convidado especial do evento, o arquiteto Sebastian
Marroquin, filho do traficante colombiano Pablo Escobar (morto em 1993),
começou a palestrar com grande interesse no assunto — ele fez o filme Pecados
de Mi Padre, em que pede desculpas pelos assassinatos cometidos por seu pai e
está lutando pela paz na Colômbia: “De alguma maneira, as drogas eram legais na
minha casa. Meu pai usava somente maconha, mas perdíamos a noção da realidade
quanto às leis. Queremos educar os pais para conversar com os filhos sobre o
assunto”, disse Marroquin, abrindo o discurso.
“Pensei que fosse o único a pensar numa forma alternativa de
combater as drogas sem violência. A droga está proibida, mas não controlada.
Colocam vidro na cocaína para render mais e com as proibições as drogas ficam
ainda piores, mais prejudiciais. Se proíbem a pizza, haveria uma guerra por
pizza”, analisou Sebastian.
Para finalizar o debate, Grostein reforçou que a
descriminalização das drogas deve ser tema da sociedade e não de partidos
políticos. “Minha ideia não é apologia às drogas. Temos que mudar a política
porque tem gente morrendo, gente de todos os lados, milhares de vítimas
inocentes e um aumento de dependentes. Tornar as drogas ilegais não as tornam
indisponíveis”, afirmou ele, que está promovendo exibições abertas do filme
Brasil afora.
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