Entre as grandes polêmicas do nosso tempo, os debates sobre
o consumo de maconha são, certamente, um dos mais acalorados. De um lado estão
os setores mais conservadores, decisivamente contrários à liberação do uso da
erva. Do outro lado, os setores mais libertários, que defendem, de modo não
menos enfático, a sua legalização.
Nos últimos anos, a ideia de que a proibição talvez não seja
a melhor maneira de lidar com os prováveis malefícios causados pelo consumo de
maconha tem ganhado cada vez mais consistência. Nessa perspectiva, podemos
citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como uma das personalidades
públicas que defendem a necessidade de um novo debate sobre a questão das
drogas.
Ainda segundo Fernando Henrique, “a visão predominante até
agora [resolver a questão das drogas pela violência] não funciona. Todas as
drogas fazem mal, sem exceção, inclusive a maconha. Então não pode ser livre
também. Legalizar não quer dizer ter livre acesso. Tem que ser regulado, com
campanhas para mostrar o mal que faz. Tem que ampliar o serviço de saúde porque
a maconha, em excesso, tem efeitos negativos que demandam tratamento médico”.
De acordo com o relatório divulgado pela Comissão Global
sobre Política de Drogas (presidida pelo próprio Fernando Henrique Cardoso), “a
guerra global contra as drogas fracassou, com consequências devastadoras para
indivíduos e sociedades pelo mundo afora”. Desse modo, a comissão internacional
propõe a legalização da maconha e outras drogas como forma de enfraquecer o
crime organizado.
Por outro lado, a guerra contra as drogas também é utilizada
para escamotear as intervenções estadunidenses em outros países (Plano
Colômbia, Iniciativa Mérida), para a ocupação militar das favelas brasileiras e
para a repressão policial contra jovens pobres (principalmente negros).
Em suma, a realidade nos mostra que a guerra contra as drogas
não surtiu o efeito esperado. Não diminuiu o número de usuários e, em
contrapartida, contribuiu peremptoriamente para o crescimento da violência.
Não obstante, está demonstrado cientificamente que a maconha
é menos letal do que várias drogas lícitas. Desse modo, é no mínimo controverso
permitir o consumo de tabaco ou álcool, por exemplo, e reprimir o uso de
maconha.
Em última instância, é um crime ambiental determinar
arbitrariamente que a cannabis sativa, vegetal que está no planeta há mais
tempo que o ser humano, tenha cerceado seu direito à existência.
Portanto, a posição de Fernando Henrique Cardoso, ao propor
que a questão das drogas seja tratada como caso de saúde e não de polícia,
mostra-se extremamente lúcida. Pode não ser a solução, mas pelo menos enseja a
possibilidade de se debater um tema demasiadamente polêmico e complexo.
2 comments:
LISTAS DOS 10 SENADORES QUE VOTARAO A DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA, E SEUS RESPECTIVOS EMAILS E PERFIS NO FACEBOOK ETC... PRA QUEM SENTIR VONTADE DE IR LÁ DEIXAR SUA OPINIÃO !!!
1)Jorge Viana (PT-AC) jorgeviana.acre@senador.gov.br
www.facebook.com/senadorjorgeviana
2)Pedro Taques (PDT-MT)[ pedrotaques@senador.gov.br
www.pedrotaquesmt.com.br
www.facebook.com/pedrotaques
3)Lídice da Mata (PSB-BA) lidice.mata@senadora.gov.br
lidice.com.br
www.facebook.com/LidicedaMata
4)Eunício Oliveira (PMDB-CE) eunicio.oliveira@senador.gov.br
www.eunicio.com.br
www.facebook.com/pages/Eun%C3%ADcio-Oliveira/147474322001734
5)Ricardo Ferraço (PMDB-ES)ricardoferraco@senador.gov.br
www.ricardoferraco.com
www.facebook.com/RicardoFerraco
6)Benedito de Lira (PP-AL) benedito.lira@senador.gov.br
www.beneditodelira.com
www.facebook.com/beneditodelira
7)Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SPaloysionunes.ferreira@senador.gov.br
www.aloysionunes.com
www.facebook.com/pages/Aloysio-Nunes-Ferreira/154092474632496
8)Clovis Fecury (DEM-MA) clovis.fecury@senador.gov.br
9)Magno Malta (PR-ES) [magnomalta@senador.gov.br
www.senado.gov.br/senadores/senador/MagnoMalta
www.facebook.com/pages/Magno-Malta/154509004619698
10)Armando Monteiro (PTB-PE) armando.monteiro@senador.gov.br
www.armandomonteiro.com.br
www.facebook.com/pages/Armando-Monteiro/206408749431314
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