O Brasil é um país religioso, que em suma, costuma levar
seus conceitos bíblicos para debater assuntos de grande importância na
sociedade, como é o caso do uso de substâncias entorpecentes. Com esta
perspectiva completamente equivocada, criamos tabus e repulsa aos usuários de
droga, criando preconceitos que são levados adiante e que acabam por desembocar
um apoio retrógrado e sangrento do conceito de “guerra às drogas”.
Sim, é verdade, o brasileiro é um ser atrasado quando o
assunto são as drogas. No nosso, país, ainda temos grande repulsa a usuários de
maconha, cocaína, crack entre outras drogas, muito em partes devido à maneira
medrosa, covarde e moralista que enxergamos o assunto. Não precisa ir muito
longe para vermos que em nosso país ainda temos muitos resquícios da ditadura
militar incrustada em uma grande parcela da sociedade.
Prova disso tudo é que em uma pesquisa quantitativa no qual
os entrevistados se submeteram a um questionamento - Vou falar de alguns grupos
de pessoas e gostaria que você dissesse o que sente normalmente quando vê ou
encontra desconhecidos do tipo deles- os vencedores da repulsa foram os ateus,
sendo seguido de perto pelos usuários de drogas.
A pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo constatou que,
das pessoas consultadas, 17% afirmaram ter repulsa/ódio aos descrentes em Deus,
25% declararam antipatia e 29%, indiferença.
No item antipatia, os usuários de drogas aparecem com um
ponto percentual a menos (24%).
À pergunta sobre quais as pessoas que menos gostam de
encontrar, 35% responderam que são os usuários de drogas, seguidos pelos
descrentes (26%) e ex-presidiários (21%).
O elevado grau de repulsa aos dependentes químicos, na
pesquisa, não chega a surpreender porque são considerados pelo senso comum como
geradores de problemas, na família e na sociedade, e, por isso, estão na pauta
da mídia, que se usa de um sensacionalismo exarcebado para ganhar audiência,
prestando assim um grande deserviço à sociedade.
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