quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Cannabis no contexto social


A cannabis convive com o homem desde a descoberta da agricultura no Velho Mundo e foi a primeira planta a não ser cultivada somente como alimento. Sabe-se que a planta já era usada sob forma medicamentosa na China no ano 7000 a.C. Na Índia, a mesma era grandemente utilizada para curar prisão de ventre, malária e dores menstruais. As propriedades têxteis da Cannabis sativa fizeram com que sua fibra fosse muito aproveitada pelos romanos e gregos na fabricação de tecidos e papel.O cultivo da planta foi difundido pelo Oriente Médio, Europa e outras regiões da Ásia.

Na Renascença, a maconha era um dos principais produtos da Europa; os livros de Johannes Gutemberg, o inventor da imprensa, eram feitos de papel de cânhamo.

A maconha foi levada para a África e para a América pelos europeus. Na América do Sul, as primeiras plantações da Cannabis sativa foram feitas no Chile, pelos espanhois. No Brasil, a mesma foi trazida pelos escravos africanos (fumo d'angola) e pelos próprios colonizadores portugueses.

Foi justamente o potencial medicinal da cannabis que levou a Igreja a se posicionar contra a planta. E, 1484, o papa Inocêncio VIII considerou o consumo da maconha como sacrilégio, porque a erva era usada pelos curandeiros que eram perseguidos pela Inquisição.

Ignorando a ordem do Papa, Pedro Álvares Cabral trouxe sementes de cannabis para o Brasil, bem como fez a Inglaterra em uma de suas colônias no Caribe, hoje conhecida como Jamaica.
Em 1670, a Coroa inglesa invadiu a Jamaica e levou uma grande quantidade de escravos para lá, para transformar a ilha numa grande plantação de cannabis e garantir sua autossuficiência em cânhamo.

O cânhamo teve um papel decisivo no poderio econômico dos países europeus que se aventuram nas Grandes Navegações do século XVI.

Em 1783, Portugal instala no Brasil a Real Benfeitoria de Linho Cânhamo, que visava a atender a demanda internacional por essa fibra.

No Brasil, por volta do século XIX, iniciaram-se proibições específicas do pito do pango (cachimbo de maconha). A criminalização da cannabis por meio de leis iniciou-se em 1921. Em 1930, a repressão aumenta, com prisões e queima de plantações. Por ter características socializadoras, já que a maconha costuma ser consumida em grupo, contribuía para a manutenção de certas tradições africanas em solo nacional, o que o poder central não queria.

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