O abuso de substâncias entorpecentes pode ser considerado um
dos principais problemas da sociedade moderna. Atualmente, vivemos um momento
de transição, deixando de lado a política de “guerra às drogas” e nos atentando
ao conceito de redução de danos, numa tentativa de minimizar os impactos negativos
causados pela proibição, que além de não controlar a oferta e a demanda das
drogas, causa grande violência e traumas irreversíveis na sociedade.
Para se ter ideia, se colocarmos o Rio de Janeiro em
evidência, vemos que é justamente a proibição que sustenta o tráfico de drogas
e toda a hierarquia da bandidagem. Com a venda de maconha, por exemplo, o lucro
ultrapassa 1.500%, de acordo com fontes da polícia fluminense . O quilo é
comprado pelos traficantes cariocas por R$ 300. Com a venda, o faturamento dos
criminosos chega a R$ 5.000.
Já no comércio de crack, o lucro chega a 272%, enquanto com
a cocaína fica em 266%, ainda segundo policiais. No caso da cocaína, o lucro
com um quilo é de R$ 20 mil (comprada a R$ 12 mil e vendida a 32 mil). Já o
crack é comprado por R$ 11 mil, o quilo, com lucro de R$ 30 mil.
Segundo os cálculos da polícia, o tráfico de drogas em
favelas como a Vila Vintém movimenta
mais de R$ 100 mil, diariamente. Nos fins de semana, de sexta-feira a domingo,
quando são realizados bailes funk, o movimento praticamente triplica.
Na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na zona oeste, a cocaína
costuma ser vendida por quatro preços (R$ 3, R$ 5, R$ 10 e R$ 20). A maconha
sai por R$ 2, R$ 5 ou R$ 10. Do total movimentado na maioria das favelas
cariocas, aproximadamente 2/3 correspondem ao lucro. O "dono" do
morro fica com 1/8, independentemente de a quadrilha ter algum prejuízo com
grandes apreensões de drogas, como explica um investigador. - Se um traficante
tem uma pistola ou um fuzil apreendido, ele vai ter que recuperar o valor do
objeto, porque aquele armamento está sob a responsabilidade dele. Já se o
prejuízo for em drogas, todos os integrantes são prejudicados, exceto o dono,
que recebe o valor correspondente ao pagamento dele normalmente.
Então, diante deste panorama perverso, porque não apoiar a
legalização e tirar este dinheiro do tráfico, para que ele seja destinado a
bens públicos, tirando ainda de quebra muitos trabalhadores, que não são
bandidos, mas têm que se sujeitar ao ciclo da criminalidade devido à proibição
das substâncias entorpecentes.
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