Dois dias depois da brutal repressão sofrida pela Marcha da
Maconha do Rio de Janeiro, em 7 de maio de 2012, protocolei uma representação
na Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar.
Nessa, narrei que a tropa de choque da polícia militar entrou
pela contramão no meio da Marcha da Maconha, sem qualquer motivo, numa picape
em alta velocidade. Avançando sobre a multidão, deu meio cavalo de pau e
retornou. Assim que os agredidos reagiram com gritos, um dos policiais desceu
da picape e, sorrateiramente, largou no chão uma bomba de efeito moral que
machucou muitas pessoas. Quando chegou de volta ao veículo, a bomba explodiu na
multidão, criando uma reação para justificar a violenta ação policial com tiros
de balas de borracha de grosso calibre. Foram anexadas à representação imagens
com o rosto dos policias sem identificação e informado que as vítimas foram
encaminhadas a exame de corpo de delito pela 14ª Delegacia Policial, onde foi
instaurado um procedimento policial. Registramos também que as autoridade foram
previamente avisadas, conforme rezam as Constituições Federal e Estadual, e
ressaltada a determinação das recentes decisões do Supremo Tribunal Federal,
garantindo a legalidade da Marcha da Maconha.
Semana passada, fui à Promotoria a fim de me informar acerca
do resultado da representação e tomei conhecimento de que o Promotor de
Justiça, sem requisitar a instauração de inquérito, pediu o arquivamento, após,
previamente, requerer informações ao Batalhão do Leblon e outras autoridades.
Apesar de pedir cópia, a secretaria do Ministério Público
informou que o pedido de arquivamento já tinha sido distribuído ao Juiz e que
somente poderei obter cópia da manifestação quando esta for distribuída. Por
que o Promotor não deixou uma cópia para saber as razões do arquivamento sem a
instauração sequer do inquérito, diante de todas as evidências de violência
cometida por policiais sem identificação? Queremos saber, principalmente, quem
ordenou aquela violência contra os manifestantes e contra duas decisões da
Suprema Corte.
A Justiça é pública e suas decisões também, porque a
sociedade tem o direito de julgar se a Justiça está ou não fazendo Justiça. No
caso da Marcha da Maconha, queremos saber as razões do pedido e se o mesmo será
homologado pela Auditoria da Justiça Militar. Deste modo, poderemos divulgar
seus motivos e tomar as medidas cabíveis contra esse possível injusto
arquivamento da violência sofrida pelos ativistas da Marcha da Maconha.
Precisamos de força institucional, por isso, no dia da
eleição, não esqueça, aperta um, três, quatro e vinte.
ANDRÉ BARROS é advogado da Marcha da Maconha e candidato a
vereador do Rio de Janeiro com o número 13420
6 comments:
O que tenho pra dizer diante de tal descaço é: Precisamos ocupar os gargos que eles ocupam. Porque se eles conceguem chegar ao poder e ditar ordens nós temos que estar onde eles estão para dizer e também impor a verdade, e não deixar que só eles digam o que as pessoas tem que fazer.
É isso aí André!!! Tem que morder o calcanhar dessas pseudos autoridades. Vamos federalizar essas ações!!!
aperta um, tres, 4.20! kkkkkkkkkkkkk
não deixa barato não.. to acompanhando e quero saber de alguma punição pra essas autoridades irresponsaveis
Eu bem queria ver a justiça sendo feita, sem manipulação da elite, porque essa falsa justiça onde a própria polícia é mandada descumprir uma marcha auorizada pelo STF(...?), não é lei pro povo.
Os policiais devem ter saído de lá rindo de nós ainda: soldado mandado não tem crime.
Os mais unidos e organizados vencem.
Amigo anônimo, escrevendo desse jeito você não chegará a lugar algum, antes de postar é preciso aprender a escrever corretamente.
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