O governo do Brasil legalizou o uso do composto da maconha canabidiol (CBD) para uso com fins médicos.
O anúncio foi feito na tarde de ontem por funcionários da Agência de Vigilância Sanitária do Brasil, Anvisa, que dizem que o país passou a reconhecer as propriedades terapêuticas do canabidiol, dizendo que é agora uma substância "controlada" e já não mais proibida.
Aqueles que querem usar legalmente o canabidiol precisarão receber uma recomendação de um médico, e ter uma condição de qualificação grave, tais como epilepsia, esclerose múltipla e esquizofrenia, entre outros.
Funcionários da Agência de Vigilância Sanitária dizem que eles estão procurando a elaboração da legislação para permitir a importação de canabidiol, uma vez que não é produzido atualmente no Brasil, e a liberação para tal nem está sendo discutida.
No mês passado, o Conselho Federal de Medicina do Brasil autorizou neurologistas e psiquiatras a prescreverem o canabidiol no tratamento de crianças e adolescentes com epilepsia que não respondem ao tratamento convencional.
Apesar de ser um primeiro importante passo, como brasileiro, e principalmente entusiasta da Cannabis, não vejo nenhum pouco de justiça nesse plano inicial, pois somente pessoas diagnosticadas com condições severas é que poderão receber a prescrição, e isso somente após terem tentado TODAS as formas convencionais de tratamento sem obter sucesso.
Eu me pergunto: Formas convencionais, o que seriam? Um milhão de medicamentos químicos cheios de efeitos colaterais que vão debilitando a saúde da pessoa, para só então ela poder receber uma prescrição de CBD? E aquela pessoa que gostaria de tentar essa forma natural antes de causar um colapso em seu fígado ingerindo uma mistura química de medicamentos? Nesses pontos deixa muito a desejar, sem contar o principal, a produção caseira ou nacional está por enquanto fora de cogitação, ou seja, famílias que tenham rendas altas poderão importar pagando cerca de 2 mil reais por frasco do medicamento (já incluindo as taxas alfandegárias e de transporte). Mas por um acaso, só ricos possuem condições graves de doenças? Pobres também sofrem, e não terão como comprar um medicamento deste valor... O que torna de certa forma isso tudo muito revoltante. Mas como disse no início, é apenas um primeiro passo, daí em diante as coisas devem começar a ser discutidas e melhoradas de acordo com a vontade e necessidade da população brasileira.