Plantar maconha para consumo próprio ou frequentar cultos da
seita Santo Daime. Essas são duas das polêmicas alternativas para a redução de
danos à saúde de dependentes químicos, abordadas no livro ‘Drogas: Clínica e
Cultura/Toxicomanias, Incidências Clínicas e Socioantropológicas’, recomendado
pela Coordenação Saúde Mental, programa da Secretaria Municipal de Saúde e
Defesa Civil.
No site da coordenação (saudementalrj.blogspot.com.br), que
tem a logomarca da Prefeitura do Rio, a publicação, de 305 páginas, tinha
destaque para download gratuito. Por volta de 22h de ontem, depois de
questionamentos feitos pelo DIA, o blog, com mais de 105 mil visitações, tirou
o livro do ar.
Na página 248 da publicação, Antônio Nery Filho e mais três
autores — Edward MacRae, Luiz Alberto Tavares, Marlize Rêgo —, defendem a liberação
e a regulamentação do porte, cultivo e distribuição não comercial de cannabis
sativa (maconha). “Uma outra dimensão do plantio, cultivo, semeio e colheita
pode ser vislumbrada, não como ato não permitido, mas como efetivo e eficaz
mecanismo de redução de danos”, diz o texto.
Na mesma página os escritores justificam: “Permitindo ao
usuário produzir a droga que consome, o Estado estaria contribuindo com a não
inserção (do viciado) no mundo da violência e do tráfico, e em face da
segurança e integridade física e emocional, como sua própria saúde”. Já na
página 248, uma ‘dica’ inusitada e perigosa: “... 100 gramas de maconha podem
ser considerados uma quantidade razoável para um usuário diário”.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil
alegou que o livro é utilizado de forma acadêmica por diversos profissionais da
saúde mental no país e que o conteúdo é de responsabilidade de seus autores,
sem qualquer ligação com o órgão da prefeitura. “A secretaria tem papel
histórico no combate ao uso de drogas neste município, tendo como missão a
defesa da vida e a não exclusão de qualquer paciente do sistema de saúde”, diz
o texto.
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