Segundo uma pesquisa realizado pelo Instituto de
Criminalística em amostras de Maconha
apreendidas em São Paulo, houve um
aumento na concentração do THC, a principal substância que causa “barato” ao
usuário de cannabis. O estudo indicou que em média, a maconha atual possui 5,7 % de THC, contra 2,5% mostrada na pesquisa
realizada entre 2006 e 2007.
"O resultado pode indicar uma certa tendência no
aumento do princípio ativo da maconha vendida nas ruas, como se tem observado
em alguns países desenvolvidos", diz Mauricio Yonamine, professor de
toxicologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
O teor de THC aferido é maior do que a média na maconha
apreendida no mundo: de 0,5 a 5%, de acordo com relatório da ONU.
Na Holanda e nos Estados Unidos, onde a tecnologia do
plantio da droga é mais avançada, essa escalada atinge níveis médios de 15% e
10%, respectivamente.
A análise do IC mostrou também um baixo teor de canabidiol
--0,6%, em média. A substância presente na planta Cannabis modula o efeito de
THC, diminuindo a sensação de ansiedade.
"Para reduzir a chance de delírio e alucinação, a
proporção deveria ser de um para quatro", explica Elisaldo Carlini, da
Unifesp.
Quanto mais potente a maconha, mais forte e prolongado é o
seu efeito. "Se pensarmos no uso por adolescentes, os riscos seriam em
princípio maiores [de alterações cognitivas, por exemplo]", afirma o
médico psiquiatra Dartiu Xavier, da Unifesp.
De acordo com levantamentos feitos pela Senad (Secretaria
Nacional de Políticas sobre Drogas) em 2010, 13,2% dos estudantes brasileiros
entre 17 e 18 anos e 26,1% dos universitários já tinham fumado maconha pelo
menos uma vez na vida.
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