Explicar as relações e mitos existentes entre drogas lícitas
e ilícitas são alguns dos objetivos buscados pelo grupo de Atenção à Saúde e
Desenvolvimento Humano da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal
de Alagoas. Há dois anos, professores e alunos tentam explicar uso e
correlações existentes entre álcool, cigarro e maconha.
Os dados foram obtidos a partir uma de pesquisa feita pelo
professor José Áureo Torres, no ano de 2006, onde foram entrevistados 1.446
estudantes do primeiro semestre da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o
que representava 44% dos recém-matriculados na instituição. Eles responderam ao
questionário baseado no Cage, sobre o uso de álcool, maconha e cigarro, além
dos motivos que os fizeram consumi-los pela primeira vez. A pesquisa apontou
que 87,6% dos jovens entrevistados já haviam, ao menos uma vez, consumido
alguma dessas substâncias.
Só nos anos de 2011 e 2012 esses dados foram recuperados e
chegaram a publico no Congresso Interpsiquis, que apesar de virtual, tem sede
em Madrid e concentra cerca de 250 mil profissionais com trabalhos voltados
para a psiquiatria.
Entre os resultados obtidos, ficou constatado que a maconha
é a droga ilícita mais usada no ambiente universitário. Cerca de 7,3% dos
entrevistados já haviam a consumido alguma vez na vida; destes, 2,5% haviam usado
a droga nos últimos 30 dias. A maior parte dos usuários ainda relatou que usam
maconha juntamente com álcool, representando 6% do universo entrevistado.
Um mito desvendado pela pesquisa é o uso dessas substâncias
em moradias estudantis. O artigo aponta que a relação entre os estudantes que
habitam esses tipos de residências e o uso das drogas ainda merece um estudo
aprofundado. Para os pesquisadores, as drogas são disseminadas em festas e até
mesmo nos próprios ambientes familiares, quando os jovens são estimulados
principalmente no uso do álcool.
Apesar de muitos iniciarem o consumo das bebidas ainda em
casa, eles perceberam que os valores morais, a religiosidade e a família
influem diretamente na inibição de todas as drogas. A educação religiosa impõe
regras e limites morais que atuam na prevenção do seu consumo e que na maioria
das vezes cai por terra na época da faculdade.
Já o período universitário interfere no maior uso dessas
substâncias, porque é um momento onde se iniciam novas amizades dentro e fora
da instituição e onde o estudante conquista a liberdade para frequentar outros
ambientes culturais e de diversão na vida noturna.
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