A legalização da maconha é cada vez mais discutida pela
sociedade. Contudo, para que se tenha uma eficácia nesta medida - que
consequentemente combate o tráfico de drogas por enfraquecê-lo financeiramente –
precisa-se que a maconha seja legalizada por boa parte do mundo.
Primeiro, porque a simples prisão por posse de maconha para
o próprio consumo é completamente absurda e mostra a vertente racista e
xenófobo da proibição. Depois, porque cifras enormes são gastas para manter a
política de repressão, que de fato não consegue combater o aumento da oferta e
da demanda, fatores primordiais a serem considerados para discutir a questão e também de se manter essa proibição.
Então, pensando bem, se a repressão não resolve e acaba
apenas servindo como grande desperdício de receita do Estado, porque não
apostar em um novo principio conhecido como redução de danos, que como o
próprio nome já indica, é bem menos danoso, não só para o usuário, mas também
para a sociedade? Como afirma sempre o presidente do Uruguai, José Mujica, o
problema não é o consumo da maconha e
sim tudo que envolve o mercado negro da maconha; que por sua vez, por mais que
pareça engraçado, é alimentado pela a atual lei da proibição.
Veja bem, a maconha só gera toda essa violência porque é
proibida, já que se fosse regulamentada, ela perderia o seu alto valor
econômico, e fazendo paralelamente com
que o narcotráfico não mais faturasse cifras exorbitantes com o comércio da
erva. Claro, que eu não acredito em Papai Noel e nem em Saci Pererê, para achar
que a simples regulamentação da maconha extinguiria o narcotráfico, contudo o
que vale a pena lembrar é que dando uma alternativa regulamentada para os
usuários, assim como é feito com o comércio de tabaco e álcool, você esta
fazendo a principal coisa a ser feita: tirar cidadãos que não são bandidos, do
ciclo da criminalidade.
A questão deveria ser lógica para qualquer pessoa, até mesmo
os mais conservadores, afinal, é só fazer uma pesquisa no tempo para ver o quão
ignorante foi a proibição do álcool nos EUA na década de 20 e como foram as suas
consequências devastadoras. As mesmas atrocidades teriam acontecido se o tabaco
fosse proibido, como acontece com qualquer droga ilícita. A proibição é a maior
inimiga da sociedade, que fica no meio de uma guerra que envolve o poder
público, na figura das forças de seguranças, contra bandidos extremamente
armados, e o que se vê de fato é um derramamento de sangue, que sempre poderá
ser evitado, a partir do momento que pensarmos e botarmos em prática a redução de danos.
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