Virou assunto entre as rodas de conversa e debate na hora do
happy hour, a regulamentação da maconha ganhou páginas de revistas e grandes
manifestações que desembocam em uma grande força tarefa por um afrouxamento nas
leis, diminuindo os danos causados pela chamada “guerra às drogas”.
Essa nova proposta vem sendo pensada por muitos países e vem
aflorando rapidamente na América Latina.
A violência associada ao combate ao
narcotráfico tornou-se um dos principais problemas de segurança dos estados da
América Latina: a guerra entre os cartéis da droga e a polícia (e exército) de
vários países já fez mais de 60 mil vítimas.
Vários líderes sul-americanos, como o antigo Presidente do
Brasil, Fernando Henrique Cardoso, ou o Presidente da Colômbia, Juan Manuel
Santos, têm defendido a revisão do modelo “proibicionista” de combate às drogas
e argumentado sobre os benefícios da liberalização e regulamentação do consumo
de maconha em termos de política de segurança. A Comissão Latino-Americana
sobre Drogas e Democracia tem descrito a política de guerra às drogas liderada
pelos Estados Unidos como um “completo falhanço” que redundou no aumento da
corrupção, violência e instabilidade nos países pobres a sul. Num editorial
publicado no Wall Street Journal, os líderes daquela comissão sustentaram o fim
das “políticas proibicionistas baseadas na erradicação, interdição e
criminalização” e apelaram a um debate global sobre a despenalização da
marijuana.
A aprovação dos referendos pró-maconha em Washington e no
Colorado poderá conduzir a um “relaxamento” dos esforços dos Governos daqueles
países no sentido de travar as redes de contrabando daquela substância para os
Estados Unidos. No entanto, avisam alguns dos subscritores do manifesto para a
OEA, esse é um passo que compromete o controlo do tráfico de outras substâncias
ilícitas, nomeadamente cocaína. O presidente do México, Felipe Calderón, falou
sobre o assunto durante a sua intervenção na Assembleia-Geral das Nações
Unidas, em Setembro, na qual insistiu que a comunidade internacional não pode
adiar a realização de uma sessão especial da ONU (agendada para 2015) para
“avaliar os logros e limitações das políticas actuais para enfrentar o problema
mundial das drogas”.
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